Gediminas Simkus, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco da Lituânia, disse em uma entrevista hoje que apoia um corte de juros em setembro. No entanto, ele considerou “bastante improvável” um novo afrouxamento já em outubro ou um corte superior a 0,25 ponto percentual (pp).
Simkus afirmou que a visão do mercado sobre a probabilidade de um corte em outubro, estimada em aproximadamente 40%, “não corresponde aos dados”. Ele ressaltou que o processo de desinflação está ocorrendo conforme o previsto e que a política monetária do BCE continua apropriada para as condições econômicas atuais. Mesmo sem ter visto as projeções macroeconômicas mais recentes, Simkus acredita que elas não apresentarão mudanças significativas, uma vez que os dados têm se alinhado às expectativas.
Segundo Simkus, mesmo que as novas projeções macroeconômicas mostrem que a inflação de 2% na zona do euro seja alcançada um pouco depois do previsto, atualmente para o quarto trimestre de 2025, isso “não altera o panorama geral”. Ele enfatizou que o BCE não está atrasado em suas ações nem corre o risco de ficar para trás em suas decisões de política monetária.
Simkus destacou que há “muitos argumentos convincentes” para um corte de juros em setembro. Quanto ao próximo passo, ele sugeriu que uma decisão em dezembro poderia ser mais informada, pois até lá haveria mais dados disponíveis. Ele diferenciou a situação inflacionária, caracterizada por uma “clara tendência desinflacionária” e “muitas boas notícias”, do crescimento econômico, que continua estruturalmente “lento” e com riscos inclinados para baixo.
Simkus afirmou que os indicadores apontam claramente para a necessidade de flexibilizar a política monetária. Quanto à magnitude do corte e ao momento exato para implementá-lo, “o tempo dirá”, ponderou ele.