Produção industrial recua 1,4% em julho ante junho; projeção era de -0,80%

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São Paulo – A produção industrial brasileira recuou 1,4% em julho ante junho, depois de ter avançado 4,3% no mês imediatamente anterior. Já na comparação com julho de 2023, o crescimento foi de 6,10%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Tanto o resultado mensal quanto o interanual ficaram abaixo da mediana coletada pelo Termômetro Safras, em -0,80% e +6,90%, respectivamente.

O setor industrial apontou crescimento de 3,2% nos sete primeiros meses de 2024. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, avançou 2,2% em julho, permanecendo com taxa positiva e intensificando o ritmo de crescimento frente aos resultados de junho (1,5%) e de maio de 2024 (1,2%).

Duas das quatro grandes categorias econômicas e somente sete dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram recuo na produção. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por produtos alimentícios (-3,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%) e indústrias extrativas (-2,4%). Vale destacar também a influência negativa registrada pelo setor de celulose, papel e produtos de papel (-3,2%).

Por outro lado, entre as 18 atividades que apontaram expansão na produção, veículos
automotores, reboques e carrocerias, ao assinalar 12,0% em julho de 2024, exerceu o principal impacto na média da indústria e intensificou o ritmo de crescimento frente ao resultado de junho (4,8%).

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos de metal (8,4%), de produtos diversos (18,8%), de produtos químicos (2,7%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (12,1%), de máquinas e equipamentos (4,2%), de impressão e reprodução de gravações (23,4%), de produtos de borracha e de material plástico (3,5%), de outros equipamentos de transporte (9,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,1%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,5%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo semi e não duráveis (-3,1%) assinalou a taxa negativa mais elevada em julho de 2024 e eliminou parte do crescimento de 4,5% registrado no mês anterior. O setor produtor de bens intermediários (-0,3%) também apontou queda na produção neste mês, após avançar 2,3% em junho último. Por outro lado, os segmentos de bens de capital (2,5%) e de bens de consumo duráveis (9,1%) assinalaram os resultados positivos em julho de 2024 e intensificaram os avanços verificados no mês anterior: 0,8% e 5,9%, respectivamente.

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria teve variação de 0,4% no trimestre encerrado em julho de 2024 frente ao nível do mês anterior, mantendo a trajetória predominantemente ascendente iniciada em agosto de 2023.

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (2,8%) assinalou a taxa positiva mais elevada em julho de 2024 e intensificou o avanço de 1,7% registrado no mês anterior.

Os setores produtores de bens intermediários (0,5%), de bens de capital (0,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,3%) também apontaram crescimento na produção neste mês, com o primeiro mostrando ganho de ritmo frente ao verificado em junho último (0,2%), quando interrompeu quatro meses consecutivos de queda; o segundo permanecendo com a trajetória ascendente iniciada em dezembro de 2023; e o terceiro marcando o sexto mês seguido de expansão, período em que acumulou ganho de 3,1%.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou expansão de 6,1% em julho de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 25 ramos, 60 dos 80 grupos e 67,3% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que julho de 2024 (23 dias) teve 2 dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (21).

Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (26,8%) e produtos químicos (10,5%), impulsionadas, em grande medida, pela maior produção dos itens automóveis, autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para o transporte de mercadorias e caminhões, na primeira; e fungicidas para uso na agricultura, tintas e vernizes para construção, desinfetantes, herbicidas para plantas, fertilizantes químicos das fórmulas NPK, inseticidas para uso na agricultura, polietileno linear, etileno não saturado e poliestireno, na segunda.