RADAR DO DIA: Indústria no Brasil; Jolts e Livro Bege nos EUA

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Foto: Anamul Rezwan / Pexels

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. Após a divulgação do PMI do setor industrial nos Estados Unidos, que recuou para 49,7
pontos em agosto, após atingir uma baixa de oito meses em julho, o mercado mantém a perspectiva para um pouso suave para a economia do país em vez de uma recessão.

Os números do mercado de trabalho serão cruciais para que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), balize sua decisão sobre os juros, no próximo dia 18 de setembro. As chances de um corte de 0,25 pp na taxa de juros estão em 63%, de acordo com o Ferramenta FedWatch do CME Group, enquanto as chances de uma redução maior que 0,50 pp estão em 37%.

Hoje sai o relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês) referente a julho. Em junho, os EUA registraram 8,184 milhões de postos de trabalho abertos no último dia útil de junho, uma queda em relação aos 8,230 milhões registrados um mês antes (dado revisado). A semana ainda trará, na quinta-feira (5) os dados do relatório produzido pela Automatic Data Processing (ADP), com o número de vagas de empregos criadas no setor privado, eo relatório de emprego (payroll), na sexta-feira (6). Em julho, o payroll mostrou a criação de 114 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola, abaixo da previsão. A taxa de desemprego ficou em 4,3%, acima dos 4,1% do mês anterior.

Ainda nos EUA, hoje também será divulgado o Livro Bege, relatório do Fed sobre as condições econômicas das 12 principais regiões do país. No último relatório, com base em informações coletadas até 8 de julho, o Fed apontou que a economia continuou a se expandir ligeiramente, com expectativas mais lentas da atividade econômica para os próximos seis meses devido às eleições norte-americanas, política interna, conflitos geopolíticos e inflação.

Por aqui, hoje será divulgado os números da Produção Industrial referente a julho, que deve recuar 0,80% em relação a junho. No comparativo com o mesmo período de 2023, a alta deve ser de 6,90%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro Safras. As previsões de nove instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre -1,40% e +0,90%, com a média das projeções em -0,66%. Na comparação com julho do ano anterior, as previsões de oito “casas” consultadas variam entre -1,30% e +7,50% (média em +5,95%).

Ontem, após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que avançou 1,4% frente ao trimestre imediatamente anterior, consideravelmente acima das expectativas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que, provavelmente, haverá uma reestimativa do PIB para o ano que, “pela força com que vem se desenvolvendo, pode superar 2,7%, 2,8%, e há instituições que já estão projetando PIB superior a 3%. Isso pode ensejar uma reprojeção de receitas para o ano que vem”.

O governo fechou o Orçamento para 2025 com a previsão de um PIB estimado em 2,5% para este ano e a indicação de que o desempenho da economia vai superar esse percentual, devido ao crescimento orgânico da economia, significa que poderá ocorrer um reajuste das receitas esperadas. A peça orçamentária entregue ao Congresso no dia 30 de agosto consolida o compromisso do governo em promover o equilíbrio das contas públicas, fundamental para o crescimento sustentável.

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, disse que a estimativa preliminar para o PIB do terceiro trimestre indica alta ao redor de 0,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior (e 3,5% contra o 3º trimestre de 2024). O PIB do Brasil deve crescer ao redor de 3% pelo terceiro ano consecutivo. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o indicador subiu 3,3%, levando a uma expansão de 2,5% no acumulado de 12 meses.

O efeito de carrego estatístico para o PIB de 2024 assumindo taxa de variação nula para os
próximos dois trimestres mostra alta de 2,5%. O desvio entre o resultado efetivo e nossa
estimativa refletiu, principalmente, o crescimento mais forte do que o esperado em Impostos Indiretos Líquidos; Serviços de Intermediação Financeira; Utilidade Pública; e Construção Civil”, destacou Margato.

No setor corporativo, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou ontem (3), na 295a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), as perspectivas de atendimento ao sistema elétrico durante o ano de 2024, considerando o cenário de hidrologia desfavorável no Sistema Interligado Nacional (SIN), em especial no Norte do Brasil. A análise prospetiva do ONS indicou que, para os meses de setembro a dezembro, em cenários de elevada demanda me baixa contribuição da geração eólica, será necessária a utilização de recursos da reserva operativa para o atendimento da demanda máxima (ponta) do sistema

O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou o investimento de R$ 400 milhões para obras de dragagem no Porto do Rio de Janeiro com intuito de aumentar a competitividade e a capacidade operacional. Em parceria com a PortosRio, também houve a assinatura de um acordo de cooperação técnica com a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) visando o desenvolvimento sustentável dos portos do Rio, alinhando as operações portuárias com a preservação ambiental e o bem-estar social

A Americanas informou que recebeu solicitação enviada pelas afiliadas dos acionistas de
referência, Cedar Trade LLC, Sawdog Holdings LLC e Samer Investment LLC, para exercício de 3.029.130 bônus de subscrição de suas titularidades emitidos como vantagem adicional aos subscritores das novas ações ordinárias no âmbito do aumento de capital aprovado em Assembleia Geral Extraordinária da companhia realizada em 21 de maio de 2024.

A Petrobras informou a precificação de nova emissão de títulos, no volume total de US$ 1
bilhão, por meio da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance (PGF). Os recursos líquidos da venda dos títulos serão usados para o pagamento dos títulos validamen entregues e aceitos na oferta de recompra anunciada em ontem (3) de 2024 e, em caso de excesso, para propósitos corporativos em geral. A oferta foi registrada na SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) e conta com a garantia total e incondicional da Petrobras.