São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que irá retomar as obras da BR-319, a única rodovia que conecta Manaus, capital do Amazonas, a Porto Velho (RO) e a outras regiões do Brasil e é alvo de disputas judiciais em relação à liberação de licenças ambientais para obras. Lula está no Amazonas desde a noite de segunda-feira (9), onde cumpre agenda para tratar sobre a seca severa que assola a região.
“Nós queremos atuar com o Estado. O Estado e a Federação. Nós teremos que garantir que nós não vamos permitir o desmatamento e a grilagem de terras próximo da rodovia”, discursou o presidente Lula durante visita à comunidade indígena Kainã. “Queremos construir uma parceria de verdade com o governo do estado.”
Segundo o presidente da República, serão construídos 52 km de estrada. A construção da rodovia foi discutida em reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e deverá ser tema de um novo encontro com o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil-AM) e o ministro dos Transportes. Lula disse que a rodovia ganhou importância após o rio Madeira perder sua navegabilidade.
Lula disse que a BR-319 “é uma estrada olhada pelo mundo por que o Brasil ficou muito importante”. “Governador, em apenas 19 meses de governo, nós abrimos 183 novos mercados para os produtos agrícolas brasileiros. E o mundo que compra o nosso alimento está exigindo que a gente preserve a Amazônia. Por que estão querendo que a gente cuide do ar que eles respiram. Eles não preservaram a terra deles quando houve a Revolução Industrial”.
O presidente disse que o governo quer “utilizar a Amazônia como patrimônio soberano do País” e para “estudar a riqueza da sua biodiversidade para que as comunidades indígenas e ribeirinhas vivam da sua riqueza”.
Em outro discurso no município de Manaquiri, Lula defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. É preciso parar com essa história de achar que a companheira Marina não quer construir a BR-319. Essa BR-319 foi construída nos anos 70. Ela foi abandonada por desleixo não sei de quem, ela ficou sem funcionar e hoje a rodovia tem uma parte para cá que funciona, uma parte para lá que funciona, e no meio são 400 quilômetros, que foram inutilizados, disse Lula.
LUZ PARA TODOS
Durante visita à comunidade indígena Kainã, o presidente também falou sobre o Programa Luz Para Todos ao declarar que o governo federal “tem que governar para quem precisa” e disse que estenderá o programa no estado se houver necessidade. “Diziam que eu só pensava no pobre. Mas o que eles não percebiam é que quando o cara recebia o Luz Para Todos, na semana seguinte ele estava em Manaus comprando uma geladeira, um televisor, uma bomba, uma casa de farinha. E quem ganhava dinheiro eram aqueles que sempre ganham, as grandes empresas do mundo e do Brasil.”
Lula lembrou do resgate ao Rio Grande do Sul de janeiro a maio devido a seca e, cinco meses depois, o estado foi atingido por excesso de água.