AIE revisa para baixo demanda por petróleo em 2024 em 900 mil bpd

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Campo de exploração de petróleo | Foto: Jan Zakelj/Pexels

A Agência Internacional de Energia (AIE), em seu relatório mensal de petróleo, informou que reduziu para baixo a demanda da commodity em 2024 em 900 mil barris de petróleo (bpd) por dia, que ficará em 103 milhões de bpd. Para fins de comparação, o crescimento na demanda em 2023 foi em 2,1 milhões de bpd.

De acordo com a entidade, a queda na demanda se deve ao crescimento mais lento da China, onde o consumo vem caindo a cada ano. Já para 2025, a previsão de aumento de demanda está mantida em 950 mil bpd.

Já a oferta aumentou em 80 mil bpd, para 103,5 milhões de bpd, devido às interrupções no fornecimento na Lìbia, combinadas com manutenção na Noruega e Cazaquistão compensadas por fluxos maiores da Guiana, Brasil e outros lugares.

“O crescimento da demanda global por petróleo está diminuindo drasticamente em relação às taxas pós-pandemia, conforme já previsto nos relatórios da AIE há algum tempo. Dados mensais relatados cobrindo 80% da demanda global por petróleo durante o primeiro semestre de 2024 confirmam o declínio acentuado na taxa de crescimento do consumo de petróleo, que projetamos desde que nossa primeira previsão para 2024 foi publicada em junho de 2023”, diz um trecho do documento.

A entidade acredita que o aumento nas vendas de veículos elétricos está reduzindo a demanda por combustível, enquanto o desenvolvimento de uma vasta rede ferroviária nacional de alta velocidade está restringindo o crescimento das viagens aéreas domésticas.

“Fora da China, o crescimento da demanda por petróleo é morno, na melhor das hipóteses. Os dados mais recentes para os Estados Unidos mostram um declínio acentuado nas entregas de gasolina em junho, após uma força inesperada em maio. Como tal, o uso de gasolina no maior consumidor de petróleo do mundo caiu ano a ano em cinco dos primeiros seis meses deste ano. Ventos contrários estruturais e crescimento econômico anêmico significam que as entregas continuam a se contrair em várias economias avançadas”.

A AIE estima que a demanda por petróleo vai se estabilizar até o final desta década, devido à queda na procura pela commodity. “Em um esforço aparente para deter a queda vertiginosa nos preços do petróleo, no início de setembro a Arábia Saudita e seus aliados da Opep+ anunciaram que adiariam por dois meses o início de seu planejado desmantelamento de cortes extras voluntários de produção. No contexto de um mercado em rápida evolução, dados confiáveis de energia e análises imparciais de mercado se tornarão mais importantes do que nunca”, conclui.