Bolsa fecha em leve alta em dia instável com commodities em sinais opostos; dólar recua

197

São Paulo -Mesmo com uma sessão mais morna e com baixa liquidez, a Bolsa conseguiu terminar o pregão no positivo, acima dos 135 mil pontos em dia em que as principais ações ligadas às commodities operaram de forma mista-Petrobras subiu e Vale estável.

O mercado está em compasso de espera para as decisões dos bancos centrais, principalmente Comitê de Política Monetária (Copom) e Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Em relação às ações, a Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 0,99% e 1,38%, após o Itaú BBA elevar a recomendação para as ações preferenciais (PN) de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 48. Para os ADRs, o preço-alvo é de US$17,5.

A Azul (AZUL4) disparou 10,90 %, após a empresa confirmar que está em processo de negociação com credores para melhorar a estrutura da empresa.

Na ponta negativa, a Vale (VALE3) caiu todo o pregão, mas fechou estável. A Embraer (EMBR3) recuou 5,29% refletindo a conclusão de um acordo com a Boeing em que a empresa vai pagar US$ 150 milhões à companhia brasileira em um processo de arbitragem entre as duas empresas de aviões. A Embraer esperava um pagamento entre US$ 250-300 milhões.

O principal índice da B3 subiu 0,17%, aos 135.118,22 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro registrou alta de 0,14%, aos 136.230 pontos. O giro financeiro de R$ 15,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia ada AVG Capital, disse que o Ibovespa se mantém em alta, “puxado pelas ações de Petro em uma semana um pouco mais cautelosa, com expectativas altas para a Super Quarta, e principalmente de quanto será o corte de juros do Fed e aumento da Selic por aqui.

Hemelin acredita que o Fed corte 0,50 ponto porcentual (pp) nessa reunião, “pois os dados do mercado de trabalho têm sido mistos desde o começo deste mês, mesmo que o último de inflação tenha sido em linha com o esperado. Por aqui, acredita em aumento de 0,25pp diante de uma economia aquecida.

Alison Correia, analista e sócio da Top Gain, disse que a alta da Petrobras, queda da Vale e Super Quarta deixam a Bolsa instável.

“A Bolsa esteve melhor na abertura com a ajuda da Petrobras, mas está devolvendo por conta da queda de Vale, com a instabilidade do minério de ferro lá fora. Na sexta-feira, o movimento foi diferente, a Petrobras acabou pesando em razão de falas do Lula. A bolsa não trabalha com muito ímpeto, e a gente vai viver esta gangorra até a Super Quarta”.

Correia aposta em alta de 0,25 ponto porcentual (pp) da Selic e corte da mesma magnitude nos juros dos Estados Unidos.

No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda de 1,01%, cotado a R$ 5,5095. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a espera pelas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e Comitê de Política Monetária (Copom), que divulgam nesta quarta (18) as decisões de política monetária.

Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “o movimento de hoje pode ser uma precificação de queda nos juros americanos e alta da Selic, o que pode aumentar nosso diferencial [de juros]”.

“Depois de descer a ladeira do 1%, o dolar está estável nesta tarde. Já precificando uma queda de juros pelo Fed e uma alta de juros pelo nosso Copom”, contextualiza Brigato.

Na contramão do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta com o cenário fiscal doméstico no radar do mercado em uma semana de decisão de juros aqui e no exterior.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,955% de 10,935% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,825%, de 11,785%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,850%, de 11,785%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,900% de 11,835% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campos misto, com empresas de tecnologia enfrentando dificuldades antes de uma semana dominada pelas expectativas para o primeiro corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em quatro anos.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,55%, 41,622.08 pontos
Nasdaq 100: -0,52%, 17,592.13 pontos
S&P 500: +0,13%, 5,633.09 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safra News