O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou, nesta quarta-feira, que “um desastre nuclear não vai respeitar fronteiras” durante discurso na ONU. Segundo ele, “a energia tem que deixar de ser usada como arma”, em uma crítica aos ataques militares das forças russas a plantas energéticas e nucleares de seu país.
Ele acusou o presidente russo Vladimir Putin de estar buscando outras formas de quebrar as forças ucranianas, já que não consegue derrotar a resistência deste povo, chamando atenção para o fato que um desses métodos é atacar a infraestrutura energética ucraniana. “Na noite de 4 de março de 2024 recebi um relatório sobre os tanques russos direcionados à planta nuclear ucraniana. Esse foi um dos momentos mais terríveis da guerra, sem ninguém saber se isso terminaria. Foi aí que todos relembraram o que significa Chernobyl”, afirmou.
A planta nuclear de Zaporizhia tem sido ocupada pelas forças russas. Segundo Zelensky, infelizmente, há o risco de um incidente nuclear. “Só quando a Rússia ceder o controle de Zaphorizhia a segurança nuclear vai voltar à Europa e ao mundo”, concluiu.
Ele complementou dizendo que hoje, “Putin já destruiu todas as nossas plantas solares e hidrelétricas. É assim que ele está se preparando para o inverno”. Segundo Zelensky, Moscou está obtendo imagens e informações sobre as plantas energéticas ucranianas. Ele ressalta que “qualquer incidente crítico no sistema energético pode levar a um desastre nuclear”.
“Um dia como esse não pode acontecer. Isso depende da pressão que vocês vão colocar sobre o agressor”, afirmou.
Zelensky também focou nos planos para a paz. Ele criticou a proposta feita pela China e o Brasil e questionou sobre estes países: “qual é o verdadeiro interesse?”. Ele também reafirmou a agenda de seu plano para paz, apresentado em 2022: “Devemos garantir a segurança alimentar, trazer nossos soldados reféns e civis potencialmente deportados pela Rússia e garantir nosso direito ao território e soberania do mesmo jeito que faríamos por qualquer outra nação. Precisamos nos livrar dos apoiadores russos, o que traria um fim às hostilidades na Ucrânia e devemos fazer com que eles se responsabilizem pela guerra. Precisamos prevenir o ecocídio. Precisamos deixar claro: a guerra acabou. Essa é a fórmula da paz. Quem ignora ou repudia esse plano, provavelmente está do lado de Putin”
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