Azul chega a acordo de R$ 3 bilhões com arrendadores e fabricantes

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Foto divulgação: Azul Linhas Aéreas

São Paulo, SP – A Azul informou na noite de ontem (7) que alcançou com sucesso acordos comerciais com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) que representam aproximadamente 92% das obrigações de emissão de ações existentes, sujeito a certas condições e aprovações corporativas aplicáveis.

Esses acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro. Sob esses acordos, os arrendadores e OEMs estão concordando em eliminar sua participação pro-rata do saldo atual das obrigações de emissão de ações, totalizando aproximadamente R$ 3 bilhões e, em troca, receberão até 100 milhões de novas ações preferenciais da Azul (AZUL4) em uma emissão única.

Essa negociação está condicionada a alterações em certas outras obrigações, incluindo a obtenção de financiamento adicional e está sujeita à finalização da documentação vinculativa definitiva com os arrendadores e OEMs.

“As negociações continuam com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações, bem como com outras partes interessadas, e a Azul manterá o mercado atualizado sobre quaisquer desenvolvimentos adicionais”, concluiu o comunicado da companhia aérea.

MOODY’S

No fim de setembro, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating corporativo da Azul para ‘Caa2’ de ‘Caa1’. Ao mesmo tempo, rebaixou para ‘Caa1’, de ‘B3’, a classificação da dívida sênior garantida, para ‘Caa2’, de ‘Caa1’, o rating das dívidas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP (Delaware) e para ‘Caa3’, de ‘Caa2’ os ratings da dívida sênior sem garantia da Azul Investimentos LLP. A perspectiva para os emissores foi alterada de positiva para negativa.

Segundo relatório, o rebaixamento da Azul reflete os resultados mais fracos da companhia durante 2024 e a consequente queima de caixa, o que aumentou os riscos de liquidez.

A Azul gerou R$ 1,2 bilhão em EBIT (lucro antes de juros) durante o primeiro semestre de 2024, mas altas necessidades de capital de giro, carga da dívida e despesas de capital levaram a uma queima de caixa cumulativa de R$ 1,2 bilhão no mesmo período.

A Moody’s também ressalta que posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023, e a empresa tem R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento vencendo a curto prazo.

Como resultado, conforme a agência de risco, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar negociações adicionais com arrendatários e financiamento adicional para atender suas necessidades de liquidez.