Fed corta juros e observa sinais de moderação na economia

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Edifício do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) / Foto: Fed

Em sua reunião de setembro de 2024, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, estabelecendo a nova faixa entre 4,75% e 5%. A decisão reflete o progresso contínuo na redução da inflação, que, embora ainda elevada, está se aproximando da meta de 2% do Federal Reserve. A mudança também responde à desaceleração econômica observada nos últimos meses, apesar de um mercado de trabalho ainda robusto.

A ata da reunião de 17 e 18 de setembro revela que o cenário econômico, embora sólido, apresenta sinais de moderação. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se manteve firme ao longo do ano, com o mercado de trabalho continuando a gerar empregos, mas em um ritmo mais lento. O desemprego subiu para 4,2%, com indicadores sugerindo que as condições do mercado de trabalho estão se estabilizando após um período de superaquecimento.

O FOMC também destacou uma série de fatores que estão contribuindo para a desaceleração da inflação, como a queda no poder de precificação das empresas e o aumento da produtividade. A expectativa é que tanto a inflação total quanto a inflação de serviços, especialmente nos setores de habitação, continuem desacelerando nos próximos meses. O comitê se mostrou confiante de que a inflação está em um caminho sustentável para atingir a meta de 2%.

No entanto, o comitê também apontou incertezas e riscos. Entre os principais riscos estão uma desaceleração mais acentuada do consumo, devido ao aperto financeiro enfrentado por famílias de baixa e média renda, e uma possível retomada das pressões inflacionárias em setores específicos, como habitação. Esses fatores podem exigir novos ajustes na política monetária.

A redução dos juros é vista como uma medida necessária para manter o equilíbrio entre o controle da inflação e a manutenção do crescimento econômico. Mesmo assim, a ata mostra que alguns membros do comitê expressaram preocupação de que cortes muito rápidos possam ser interpretados como uma vitória prematura sobre a inflação. Por fim, o Federal Reserve reforçou que qualquer ajuste futuro dependerá dos dados econômicos e das condições de mercado.

Texto: Larissa Bernardes / Safras News