São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54% em outubro na comparação com setembro, avançando 0,41 ponto percentual com relação ao número apurado no período anterior (+0,13%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro de 2023, o IPCA-15 foi de 0,21%.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, até outubro, a alta foi de 4,47%, acima do número anterior, de 4,12%.
Tanto o resultado mensal quanto o acumulado de 12 meses ficaram acima das projeções de +0,50% e +4,43%, respectivamente, medidas pelo Termômetro Safras.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês de outubro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Habitação (1,72% e 0,26 p.p.). Alimentação e bebidas (0,87% e 0,18 p.p.), grupo de maior peso no índice, registrou aumento de preços pelo segundo mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o recuo de 0,33% de Transportes e o aumento de 0,49% em Saúde e Cuidados Pessoais.
No grupo Habitação (1,72%), o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Destaca-se, também, a alta do gás de botijão (2,17%).
Em Alimentação e Bebidas (0,87%), alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%).
A alimentação fora do domicílio acelerou para 0,66% em outubro, em virtude das altas mais intensas da refeição (de 0,22% em setembro para 0,70% em outubro) e do lanche (de 0,20% para 0,76%).
Em Saúde e cuidados pessoais (0,49%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Desse modo, no IPCA-15 de outubro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro.
No grupo Transportes (-0,33% e -0,07 p.p.), o resultado foi influenciado principalmente pelas passagens aéreas (-11,40% e -0,08 p.p.). Ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) contribuíram também para o resultado negativo do grupo, em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro. Em relação aos combustíveis (-0,01%), o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%) apresentaram quedas, o etanol subiu 0,02% e a gasolina apresentou estabilidade de preço (0,00%).
Quanto aos índices regionais, todas as 11 áreas pesquisadas tiveram alta em outubro. A maior variação foi observada em Goiânia (1,07%), por conta da alta da energia elétrica residencial (6,51%) e da gasolina (5,94%). Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (0,17%), que registrou queda nos preços das passagens aéreas (-17,16%).