Lucro líquido da Vale recua 15% no 3° trimestre, para US$ 2,4 bilhões

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São Paulo, SP – A Vale divulgou na noite de hoje o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,4 bilhões, recuou de 15% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23), e queda de 13% em comparação ao segundo trimestre deste ano (2T24). No ano, o lucro líquido chegou a US$ 6,8 bilhões, alta de 23% em relação aos nove primeiros meses de 2023.

No comunicado, a mineradora afirmou que o resultado foi afetado, principalmente, por um menor EBITDA Proforma e ao efeito negativo de Coligadas & JV’s, resultado do potencial acordo definitivo pelo rompimento da barragem da Samarco. Esses efeitos foram parcialmente compensados por um efeito positivo do resultado com baixa de ativos não circulantes relacionada à venda de 50% da participação da VODC.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado foi de US$ 3,7 bilhões, queda de 21% na comparação com o 3T24, e recuo de 6% em relação ao 2T24. No ano, o Ebitda ajustado chegou a US$ 11,2 bilhões, queda de 13% em relação aos nove primeiros meses de 2023. A margem Ebitda ajustado foi de 38%, queda de 4 pontos percentuais em relação ao 3T23, e recuou de 2 pontos percentuais em comparação ao 2T24. Segundo a mineradora, o resultado reflete, principalmente, a preços
realizados de finos de minério de ferro menores e custos de frete maiores, que foram parcialmente compensados pelo efeito positivo da depreciação do real, menores custos e despesas e maiores volumes de vendas.

A receita líquida foi de US$ 9,5 bilhões, queda de 10% na comparação com o 3T23, e recuo de 4% em comparação ao 2T24. No ano, a receita líquida chegou a US$ 27,9 bilhões, queda de 3% em relação aos nove primeiros meses de 2023. A geração de Fluxo de Caixa Livre atingiu US$ 179 milhões no 3T24, US$ 947 milhões menor a/a, explicado principalmente pelo menor EBITDA Proforma (US$ 995 milhões menor a/a).

O desempenho operacional e de vendas melhorou em todos os negócios. As vendas de minério de ferro foram de 81,8 Mt, aumentando 1,3 Mt (+2%) a/a, impulsionadas pelo aumento de 18% das vendas de pelotas devido a maior produção e a forte demanda. O preço realizado médio de finos de minério de ferro foi US$ 90,6/t, US$ 7,6/t menor t/t apesar da redução do preço referência em US$ 12,0/t. A menor redução vs. o preço de referência é atribuída a um melhor portfólio de produtos e ao efeito positivo dos preços provisórios.

A produção de minério de ferro atingiu 91,0 Mt, 4,7 Mt (+5%) maior a/a, impulsionado pela melhoria do desempenho em S11D, Itabira e Brucutu. Conforme anunciado anteriormente, a Vale aumentou seu guidance de produção para 323-330 Mt (310-320 Mt, anteriormente), refletindo melhorias contínuas na estabilidade operacional e na confiabilidade dos ativos. A produção de pelotas totalizou 10,4 Mt, 1,2 Mt (+13%) maior a/a. A produção de cobre totalizou 85,9 kt, 4,3 kt (+5%) maior a/a, refletindo o melhor desempenho de todas as operações, parcialmente compensado pelo impacto do incidente em uma correia em Salobo 3 em junho. A produção de níquel totalizou 47,1 kt, 5,0 kt (+12%) maior a/a, refletindo, principalmente, o desempenho mais forte de Sudbury e o ramp-up continuado das minas subterrâneas de Voisey’s Bay.

O custo caixa C1 de finos de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, foi 17% menor t/t e 6% menor a/a, atingindo US$ 20,6/t, impulsionado, principalmente, por diluição de custo fixo com a maior produção, melhor mix de produção, com maiores volumes do Sistema Norte, onde os custos de produção são menores e contínuas melhorias de eficiência. Em setembro, o custo de produção C1 atingiu US$ 18,2/t, indicando um desempenho positivo para o quarto trimestre. A mineradora disse estar confiante em atingir o limite inferior do guidance de custo caixa C1, excluindo compras de terceiros, de US$ 21,5 – 23,0/t.

O custo all-in de cobre e níquel foi US$ 2.851/t e US$ 18.073/t, respectivamente. O guidance de custo all-in de cobre foi novamente revisado para baixo, agora para US$ 2.900 – 3.300/t. Em níquel, o guidance de custo all-in de US$ 15.000 – 16.500/t foi mantido e está no caminho para ser atingido. O fluxo de caixa livre foi US$ 179 milhões, US$ 947 milhões menor a/a, refletindo o menor EBITDA.

A companhia atualizou sua estimativa de custo all-in de cobre em 2024, passando de US$/t 3.300-3.800 para US$/t 2.900-3.300. Todas as outras estimativas permanecem inalteradas.

A dívida líquida expandida totalizou US$ 16,5 bilhões em 30 de setembro, US$ 1,8 bilhão maior t/t, devido, principalmente, às provisões adicionais relacionadas à Samarco. A dívida bruta e os arrendamentos atingiram US$ 14,2 bilhões em 30 de setembro de 2024, US$ 0,9 bilhão menor t/t, devido, principalmente, ao efeito líquido da gestão de passivos no trimestre (US$ 600 milhões) e a desconsolidação do passivo da Vale Oman Distribution Center (US$ 600 milhões) após a venda de 50% de participação.

O prazo médio da dívida diminuiu para 8,9 anos no final do 3T24, vs. 9,2 anos no final do 2T24. O custo médio anual da dívida após swaps de moeda e taxa de juros foi 5,6%, vs. 5,8% do 2T24.

ACORDO

A provisão relacionada à Samarco foi revisada para US$ 4,7 bilhões, um aumento de US$ 1 bilhão, refletindo a avaliação mais atualizada sobre o potencial acordo com as autoridades brasileiras, as reivindicações relacionadas ao rompimento da barragem da Samarco e a extensão em que a Samarco pode financiar desembolsos futuros.

A mineradora confirmou que é esperada para amanhã (25), às 9h30, a reunião para assinatura do Acordo Definitivo de Reparação Integral pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participará, no Salão Oeste do Palácio do Planalto, da reunião de Assinatura de Repactuação do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta de Mariana. O novo acordo tem como objetivo reparar os danos causados no rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), ocorrido em 2015.

Na sexta-feira passada (18), a Vale confirmou, em comunicado, que os termos gerais em discussão acordo para reparação integral pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG) preveem um valor financeiro total de aproximadamente R$ 170 bilhões, compreendendo obrigações passadas e futuras, para atender as pessoas, as comunidades e o meio ambiente impactados pelo rompimento da barragem, mas ressaltou que as negociações entre as partes estão em curso e, portanto, nenhum acordo final foi assinado.