RADAR DO DIA: Trump e os juros; IPCA de outubro; pacote fiscal; lucro da Petrobras

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana termina com o mercado se acomodando após a confirmação de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, e com mais uma queda na taxa de juros, desta vez de 0,25 ponto percentual, anunciada ontem pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). Nas próximas semanas, analistas terão a missão de tentar “entender” e projetar como será a economia do país nos próximo anos sob o comando de Trump.

Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a vitória de Trump nas eleições não
influenciará diretamente a política monetária. “No curto prazo, a eleição não terá efeito
sobre nossas decisões de política”, disse Powell. O presidente do Fed foi perguntado algumas outras sobre o novo governo e evitou o tema, apenas reforçando que não pediria demissão caso fosse solicitado por algum membro da futura gestão Trump. [Demitir o presidente do Fed] não é permitido por lei.

“Não sabemos quais são as políticas e, uma vez que saibamos quais são, não teremos noção de quando serão implementadas”, disse ele. No entanto, ele fez uma ressalva, afirmando que qualquer mudança na administração poderia ajudar a moldar a política do Fed à medida que o banco central busca reduzir as taxas de juros.

Sobre o corte nos juros, Powell disse que se a economia continuar forte e a inflação não se mover de forma sustentável em direção a 2%, o Fed poderá diminuir o aperto da política mais lentamente. E se o mercado de trabalho enfraquecer inesperadamente, ou se a inflação cair mais rapidamente do que o esperado, o Fed agirá mais
rapidamente.

Por aqui, continua a expectativa para o anúncio do pacote fiscal do governo federal com medidas de corte de gastos. Ontem, o Ministério da Fazendo divulgou uma nota negando que as informações veiculadas pela CNN Brasil, sobre a suposta análise de duas medidas fiscais, uma de R$ 15 bilhões, relacionada às áreas de saúde e transporte, e outra de R$ 10 bilhões, não correspondia ao que vem sendo debatido entre a equipe econômica, demais ministérios e a Presidência da República.

Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz reunião com vários ministros, no Palácio do Planalto, às 14h, para continuar a discussão sobre o pacote fiscal. Além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam, Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Nísia Trindade (Saúde), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), entre outros.

Hoje pela manhã será divulgado o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente a outubro. A expectativa é que o índice avance 0,54% ante setembro. No acumulado de 12 meses, a alta projetada é de 4,73%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro Safras. As previsões de 13 instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,47% e 0,59%, com a média das projeções em 0,54%. No acumulado de 12 meses, as previsões de 11 “casas” consultadas variam entre
4,58% e 4,80% (média em 4,73%).

O IPCA-15, que mede a prévia da inflação oficial, ficou em 0,54% em outubro. A taxa é superior às observadas nas prévias de setembro deste ano (0,13%) e de outubro do ano passado (0,21%). O IPCA-15 acumula taxa de 3,71% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada chega a 4,47%, acima dos 4,12% apurados na prévia de setembro. Na prévia de outubro, a alta do IPCA-15 foi puxada principalmente pelo grupo de despesas habitação, que teve inflação de de 1,72%, puxado principalmente pelo aumento de 5,29% na energia elétrica residencial. O motivo é a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de outubro.

No setor corporativo, a Petrobras divulgou na noite de ontem (7) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 32,6 bilhões, alta de 22,3% em comparação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido foi de R$ 53,6 bilhões, queda de 42,7% em relação ao mesmo período de 2023. Segundo a companhia, o resultado é reflexo da melhora do lucro bruto e do resultado financeiro e das menores despesas operacionais. A companhia apresentou outros indicadores financeiros consistentes no trimestre, como Ebitda recorrente de R$ 64,4 bilhões, fluxo de caixa livre de R$ 38 bilhões e uma forte geração operacional de caixa
(FCO), de R$ 62,7 bilhões, um dos seis melhores fluxos de caixa operacional trimestrais de sua história.

A Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos intercalares no valor de R$ 17,12 bilhões, equivalente a R$ 1,32820661 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2024, declarada com base no balanço de 30 de setembro de 2024.

A Embraer divulgou hoje o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido ajustado de R$ 1,176 bilhão, bem acima do valor registrado no mesmo período do ano passado (3T23), que foi de R$ 167,1 milhões. De janeiro a setembro, o lucro líquido ajustado foi de R$ 1,529 bilhão.

O Grupo Fleury divulgou na noite de ontem (7) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 190 milhões, alta de 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido foi de R$ 532 milhões, alta de 38% em comparação ao mesmo período de 2023

O Assaí divulgou na noite de ontem (6) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 156 milhões, queda de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido foi de R$ 339 milhões, queda de 17,9% em comparação ao mesmo período de 2023.

O lucro líquido consolidado da Energisa, sem ajustes, antes da participação dos não
controladores, registrou crescimento de 5,6% no terceiro trimestre de 2024, frente ao mesmo trimestre do ano anterior e atingiu R$ 727,1 milhões no trimestre de 2024. O lucro líquido ajustado recorrente apresentou um incremento de 2,3% e finalizou o trimestre em R$ 542,5 milhões.

A varejista Lojas Renner reportou lucro líquido de R$ 255,3 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), alta de 47,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o lucro líquido aumentou 57,9% e somou R$ 709,5 milhões.

A Rumo, do conglomerado Cosan, obteve lucro líquido de R$ 684 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 41,6% em comparação com igual intervalo de 2023, colocar a justificativa, normalmente algum item não recorrente impacta o resultado. O lucro líquido ajustado de R$ 794 milhões no 3T24 representou um aumento de 64,5% na base anual.

A Rumo informa a seguinte mudança em sua Diretoria Estatutária. De acordo com as deliberações do Conselho de Administração em reunião realizada em 6 de novembro de 2024, o Sr. Daniel Rockenbach, atual Vice-Presidente de Operações da Rumo, passará a liderar as operações da subsidiária Rumo Malha Sul S.A., com foco na gestão dessa ferrovia e nas tratativas para a continuidade dessa concessão.

Para sucedê-lo, o Conselho de Administração elegeu o Sr. Cristiano Carvalho Brasil, o qual assume o cargo de Vice-Presidente de Operações, com posse também em 6 de novembro de 2024.

O lucro líquido da Locaweb subiu 336,4% no terceiro trimestre de 2024, em relação a igual
período do ano anterior, para R$ 16,9 milhões, de R$ 3,9 milhões no mesmo periodo de 2023. Já o lucro líquido ajustado somou R$ 37,0 milhões, alta de 52,7% na mesma comparação.

A Cogna reportou prejuízo líquido de R$ 29,1 milhões no terceiro trimestre do ano, queda de 71,6% na comparação anual.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participa nesta sexta-feira (8/11), às 9h, do lançamento da consulta pública do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Na ocasião, será assinada a portaria de definição de governança da elaboração do PDE.