São Paulo, SP – A retomada do horário de verão no Brasil, descontinuado em 2019 pelo governo federal, voltou a ser discutida por vários setores da sociedade nos últimos meses. O debate foi estimulado pelo próprio presidente Lula, em uma enquete nas redes
sociais no começo deste ano.
Na ocasião, a maioria dos respondentes se manifestou favorável à volta do horário de verão, mas o clamor popular não encontra apoio na área técnica do Ministério das Minas e Energia, que argumenta que não há risco iminente de crise hídrica e energética, um dos
argumentos que motivou a implementação da medida em parte do país, em 1985.
No entanto, como salienta a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), este não é o único fator que deveria ser levado em consideração. A mudança no horário também traria impactos positivos na economia por movimentar e estimular o consumo em
lojas, bares e restaurantes, por exemplo.
“O retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias, o que favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de trazer mais movimento e segurança às cidades de um modo geral. Além disso, seria favorável para todo o país, afinal, contribui para a economia de energia e reduz custos operacionais nas empresas, mesmo que não estejamos no momento com risco de desabastecimento”, afirmou Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Adotado com sucesso em outras partes do mundo, como na União Europeia e nos Estados Unidos, o horário de verão também traria à população brasileira uma sinalização clara da necessidade de economizar energia e repensar hábitos, aspecto importante para as
gerações futuras. “O pessoal técnico tem uma visão muito focada, que não considera os benefícios que a mudança traz para a sociedade como um todo. Por isso temos a certeza de que a questão será mais bem avaliada pelo governo, levando em conta os aspectos positivos, ambientais, sociais e econômicos, que a mudança traz aos estados em que é adotado o horário de verão”, destacou Solmucci.
Para a Abrasel, com o “ganho” de duas horas a mais de movimento, a estimativa é que bares e restaurantes tenham um aumento de 15% a 20% no faturamento, uma vez que o horário de verão provoca uma mudança no comportamento do consumidor, de forma que os setores do turismo e comércio sejam mais beneficiados.