Ação da Energias do Brasil recua após resultados abaixo do esperado

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São Paulo – A ação da EDP Energias do Brasil tem leve queda, após apresentação de resultados do segundo trimestre, considerada abaixo do esperado por especialistas e avaliações mistas que citam o maior risco hidrológico devido à pior seca do país dos últimos 90 anos, oportunidades de desinvestimento futuras, controle de perdas e aumento das despesas financeiras e endividamento. Às 16h43 (horário de Brasília), o papel ENBR3 caía 0,90%, a R$ 17,58.

O BTG Pactual manteve a recomendação de compra e o preço-alvo em R$22 apesar do resultado um pouco abaixo de suas estimativas, citando forte recuperação no segmento de distribuição e controle das despesas financeiras e impactos da seca na geração hidrelétrica.

A avaliação também foi baseada na expectativa de que a companhia reduzirá sua participação nas hidrelétricas Santo Antônio do Jari, Cachoeira Caldeirão e Mascarenhas, e levante entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,2 bilhões, com e que contribuição da geração hidrelétrica no ebitda caia de 26% a 21% até 2025, enquanto a energia solar e a venda de energia devem crescer de 6% para 10%.

A XP disse que os números de ebitda e lucro vieram em linha com as suas expectativas, ressaltando que a estratégia de sazonalização e comercialização de energia da companhia permitiu mitigar os efeitos do risco hidrológico no trimestre. Já o lucro líquido recorrente ajustado ficou ligeiramente abaixo da sua estimativa e do consenso, afetado por uma maior despesa financeira. Com isso, a XP manteve a recomendação de compra e o preço-alvo da ação em R$21.

O Bank of America (BofA) manteve a recomendação da empresa em “Underperform” (equivalente à venda) e o preço-alvo em R$23, citando que a companhia apresentou resultados mistos no segundo trimestre e estimativa de que o papel seja negociado atualmente a uma taxa interna de retorno real pouco atraente em relação aos seus pares.

Segundo os analistas do BofA, o ebitda de distribuição de energia foi impulsionada pelo controle de custos melhor do que o esperado em perdas de energia e inadimplência, enquanto a queda na geração foi atribuída a margens mais apertadas em hidrelétricas e térmicas.

O Credit Suisse considerou os resultados regulatórios da companhia mais fracos do que esperado, refletindo despesas gerenciais mais altas e resultado mais fraco em geração, parcialmente compensado por aumento da energia distribuída. Os dados reportados foram ajudados pelo impacto positivo de IFRS no segmento de transmissão e contabilidade de distribuição de receitas financeiras.

“Em suma, a companhia teve ganhos positivamente afetados por um custo de capital melhor do que o esperado, porém, afetado por um resultado financeiro pior, elevando a dívida líquida e alavancagem”, disseram os analistas do banco suíço.