São Paulo – O papel da Energisa ficou na ponta positiva do Ibovespa após fortes resultados financeiros no segundo trimestre e potencial de valorização, segundo analistas. No fim do pregão, as units da empresa (ENGI11) fecharam em alta de 5,56%, a R$ 43,44.
A Ativa Investimentos disse que esperava uma recepção positiva dos resultados diante do crescimento nos volumes distribuídos, da queda da inadimplência e da assertividade no combate às perdas.
“Destacamos ainda a intensa geração de caixa operacional, que permitiu a companhia diminuir de forma relevante a sua alavancagem”, disseram o analista Ilan Arbetman, em relatório com recomendação de compra da ação.
O Bank of America (BofA) reforçou a avaliação de compra pela avaliação atraente (taxa interna de retorno real de 12,4%) e considerando a empresa uma das histórias de crescimento mais consistentes da sua cobertura, refletindo sua sólida execução e prêmios de suas concessões.
O BTG Pactual disse que os números fortes do segundo trimestre foram ajudados por uma intensa recuperação de volume de energia distribuída, com alta de 7,9% em base anual e, apesar da base de comparação deprimida em 2020, ultrapassou os níveis pré-pandêmicos (+2.6% vs. 2T19).
A análise também destacou que a companhia tem sido uma das principais beneficiárias do descasamento IGPM/IPCA, com seis de suas 11 principais concessões atreladas ao IGPM, o que elevou a Parcela B em R$ 603 milhões na comparação ano contra ano. Outros pontos altos foram a redução das perdas de energia, com reduções em todas as concessões, e o retorno da inadimplência aos níveis pré-pandemia.
“O papel tem tido desempenho pior que seus pares e está sendo negociado à taxa interna de retorno real de 11% enquanto, a Equatorial está próxima a 9%. Acreditamos que a falta gatilhos de curto prazo para o crescimento tem pesado no nome, mas o descasamento entre as ações é exagerado, considerando a qualidade da gestão e a solidez dos resultados futuros”, disseram os analistas, que mantiveram a recomendação de compra da ação.
INVESTIMENTOS
A Energisa disse que segue buscando projetos para diversificação e já tem alguns em geração distribuída e analisa oportunidades no setor de transmissão, que considera bastante competitivo.
“Olhamos oportunidades para diversificar nosso portfólio e que reforcem nossa plataforma de negócios”, disse o presidente da companhia, Ricardo Botelho.
O executivo também informou que a empresa recebeu uma aprovação do BNDES, no valor de R$ 166,3 milhões, totalizando R$ 493 milhões, o que representa 75% dos investimentos projetados, sem dar mais detalhes sobre o recurso.
No segundo trimestre, a companhia registrou forte crescimento em todas as 11 distribuidoras, principalmente no Sudeste.
A companhia destacou os resultados no mercado de energia, perdas, indicadores de qualidade (DEC e FEC), taxa de inadimplência e arrecadação, evolução da base de remuneração líquida e evolução da parcela B (custos próprios da atividade de distribuição que estão sujeitos ao controle ou influência das práticas gerenciais adotadas pela empresa).
A companhia investiu R$1,6 bilhão no primeiro semestre, um incremento de 24,1% em relação a igual período do ano passado.
