São Paulo – As ações da Minerva operam em queda de mais de 10% após a empresa reiterar que não pretende fechar seu capital. Ontem, os papéis da companhia fecharam em alta de cerca de 14%, disparando no fim do pregão e no after market refletindo uma notícia do jornal “Valor Econômico”, que afirmou que uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) estava sendo considerada.
Às 14h54 (horário de Brasília) os papéis da empresa (BEEF3) registravam desvalorização de 10,86%, a R$ 8,86, entre as maiores perdas do Ibovespa.
“A companhia ressalta, contudo, ter tomado conhecimento de notícia veiculada na mídia nesta data sobre supostas discussões envolvendo seu possível fechamento de capital, podendo esses rumores ter contribuído para afetar as negociações e dado ensejo às oscilações verificadas. Nesse contexto, a companhia reforça que não há qualquer informação passível de divulgação sobre o assunto objeto dos rumores e que não pretende fechar o seu capital”, disse a Minerva em comunicado ontem a noite na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ontem, a Agência CMA entrou em contato com a Minerva, que enviou um posicionamento no qual também não confirmou a o fechamento, mas reconheceu que estuda maneiras de gerar valor diante do desconto visto nas suas ações.
“Não comentamos rumores. Estamos sempre atentos a oportunidades de gerar valor, especialmente através de arbitragens de mercado. Claramente há uma grande oportunidade nas ações da Minerva em função de superficialidade e miopia do mercado acerca dos resultados da empresa, e obviamente isso pode despertar nossa criatividade em procurar estruturas mais sofisticadas e pouco usuais de extrair valor dessa assimetria. Estamos sempre olhando tudo, atentos a todos os cenários possíveis, mas hoje não há absolutamente nada concreto a ser compartilhado.” Edison Ticle, CFO da Minerva Foods, por meio de nota.
A reportagem do “Valor Econômico” afirmou que a operação estaria sendo estudada para aproveitar o desconto que os acionistas enxergam no papel da companhia, apesar de ela gerar caixa regularmente. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o assunto ainda não chegou ao conselho de administração da Minerva, mas já entrou na pauta do comitê prévio dos controladores. Por meio de um acordo de acionistas, a VDQ – holding da família Vilela de Queiroz – e a gestora saudita Salic controlam a Minerva, com 51% do capital.
Uma análise obtida pela reportagem mostra que a operação poderia custar cerca de R$ 3 bilhões. Nesses cálculos, os controladores da Minerva chamariam uma OPA de fechamento de capital a R$ 12 por ação, um prêmio de 40% sobre a atual cotação.
