São Paulo – Na sessão desta segunda-feira, as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) tiveram forte alta e fecharam valorizadas em 3,72% e 2,60%, cotadas a R$ 28,70 e R$ 27,96, respectivamente, em dia de alta nos preços dos contratos futuros de petróleo, refletindo as expectativas por uma forte demanda, alta do Ibovespa e declarações do presidente Jair Bolsonaro dobre a política de preços e privatização da estatal.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje a jornalistas, na Itália, que a Petrobras planeja reajustar o preço dos combustíveis daqui a 20 dias e que soube da informação “extraoficialmente”. Bolsonaro também voltou a defender a privatização e que não se interessa pelos dividendos pagos pela estatal à União.
Uma explicação para a valorização das ações da estatal pode ser o valor descontado, diante de tantos ruídos. “A desconfiança traz desconto e a grande dúvida é até que ponto a política de preços seguirá dessa forma e se é possível acreditar nessa proposta de privatização. Calculávamos que o preço do papel fosse de pelo menos R$ 36”, comentou Fernando Martin, analista da Levante Ideais de Investimentos, destacando que, se existisse garantia de que as regras atuais em relação à política de preços fossem mantidas, a Petrobras não estaria nesse patamar de R$ 28.
Martin enfatizou que o mercado parece gostar de se enganar. “Existe um risco enorme de ingerência na Petrobras e não trabalhamos com cenário de privatização”.
Em contrapartida, o analista José Costa Gonçalves, analista da Codepe corretora, afirmou que a fala de Bolsonaro mostrou que “não existe ingerência na Petrobras” e que “os dividendos seriam para beneficiar os caminhoneiros”, lembrando que o governo vai receber R$ 10 bilhões em dividendos da estatal em 15 de dezembro.
Edição: Cynara Escobar (cynara.escobar@cma.com.br)
