Ação da Vale cai em meio à queda do minério de ferro e problemas na VNC

758

São Paulo – As ações da Vale recuam mais de 3% e estão entre as maiores quedas do Ibovespa em um dia de perdas dos preços do minério de ferro na China, antes do feriado do Ano Novo chinês e de a mineradora divulgar o seu relatório de produção, que será conhecido amanhã após o fechamento do mercado.

Também estão no radar problemas envolvendo a Vale Nova Caledônia, em meio a turbulências na ilha do Pacífico, e rumores de que a companhia pode já ter chegado a um acordo com autoridades sobre o rompimento da barragem de Brumadinho.

Às 14h05 (horário de Brasília), os papéis (VALE3) recuavam 3,76%, a R$ 87,85.

O preço do contrato futuro mais negociado do minério de ferro na Bolsa chinesa de Dalian, com entrega para maio de 2021, caiu 3,28%, para 956,5 iuanes (US$ 147,85) por tonelada, enquanto o do contrato para setembro de 2021, que teve o segundo maior giro, regrediu 3,83%, para 877,5 iuanes (US$ 135,64) por tonelada.

Amanhã, a mineradora deve divulgar como a sua produção da commodity terminou o ano e deve mostrar uma previsão para este ano, que caso mostre elevação pode impactar negativamente os preços do minério.

Além dos preços do minério, agências de notícias internacionais apontam que a companhia está enfrentando problemas na sua unidade em Nova Caledônia. Segundo informações da “AFP”, a Vale denunciou a violência contra infraestruturas e funcionários em sua usina de níquel, cuja possível compra por um consórcio com a suíça Trafigura provoca a hostilidade entre os independentistas.

Nesta terça-feira, o governo colegiado de Nova Caledônia caiu após a renúncia dos membros separatistas do Executivo, contrários à venda da usina. Consultada pela Agência CMA, a companhia disse que está averiguando a situação.

Também no radar estão rumores de que a companhia pode já ter fechado um acordo com o governo de Minas Gerais e a Justiça no âmbito do rompimento da barragem de Brumadinho, de acordo com reportagem do jornal mineiro “O Tempo”, que citou uma fonte próxima ao governo.

Segundo a reportagem, a empresa fechou acordo para o pagamento de R$ 37 bilhões para amenizar os impactos causados pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, e, ao mesmo tempo, permitir a realização de um antigo sonho dos moradores da região metropolitana de Belo Horizonte: a construção do Rodoanel.

Para os analistas do Credit Suisse, um acordo neste valor poderia levar a R$ 26 bilhões em provisões adicionais para a empresa. “De toda forma poderia ser visto como positivo em função de que nos preços de tela da Vale temos um valor implícito muito maior do que este”, disseram os analistas.