Ação da Via despenca 12% após resultado ofuscado por anúncio de provisão

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São Paulo – A ações da Via (antiga Via Varejo) registram a maior queda do dia do Ibovespa hoje. Perto do fim do pregão, os papéis VIIA3F sofriam desvalorização de 11,91%, a R$ 6,21, refletindo os números do terceiro trimestre deste ano, divulgados pela companhia ontem à noite.

Para a XP Investimentos, os resultados vieram em linha com o esperado, mas foram ofuscados pelo anúncio de provisão para demandas judiciais trabalhistas.

A empresa elevou a provisão de passivo trabalhista para R$ 2,5 bilhões no final do terceiro trimestre, de R$ 1,5 bilhão em junho de 2021, atribuída ao aumento de aproximadamente 32% no valor do “ticket médio” para os casos sentenciados em 2021 em comparação ao mesmo período dos últimos dois anos (2020 e 2019), decorrente, principalmente, da maior quantidade de condenações relativas às mudanças estruturais efetuadas pela companhia desde 2011.

“Destacamos que a Via estima que será capaz de monetizar R$ 9,5 bilhões em créditos fiscais nos próximos anos, o que deve compensar o impacto caixa dos processos em 2022 e mais que compensar a partir de 2023. No entanto, isso vem sendo destacado pela empresa há algum tempo e, portanto, não é exatamente uma informação nova, embora a companhia tenha atualizado o valor estimado do crédito tributário para R$9,5bi (de R$8,4bi no 2 trimestre)”, disse a XP Investimentos em relatório.

A Via Varejo reportou lucro líquido de R$ 101 milhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 1% na base anual. O resultado foi impactado pela reconciliação contábil para operacional por demandas judiciais trabalhistas e créditos de impostos de imposto de renda e contribuição social sobre Selic sobre créditos fiscais.

A receita líquida totalizou R$ 7,3 bilhões no período, 5,9% menor que o visto no mesmo período do ano anterior. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que exclui outras despesas e receitas operacionais, alcançou R$ 669 milhões no trimestre, alta de 6,7% na comparação anual.

As vendas no conceito mesmas lojas, que exclui o resultado de operações inaugurados a menos de 12 meses, recuaram 2,2% no trimestre.

O Gross Merchandise Value (GMV) total bruto, que inclui as vendas de comércio eletrônico e lojas, totalizou R$ 11,0 bilhões no terceiro trimestre, 5,7% maior que o visto no mesmo período de 2020. O GMV das lojas físicas caiu 14,3%, para R$ 5,2 bilhões, e as vendas digitais brutas subiram 34,7%, para 6,6 bilhões.

A participação das vendas digitais alcançou 59,8% no terceiro trimestre, 12,9 pontos percentuais acima do mesmo período do ano passado.