Ação do Banco do Brasil cai após resultado dentro do esperado por analistas

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São Paulo – Após abrir o pregão em leve alta, a ação do Banco do Brasil (BB) cai após a apresentação do balanço do segundo trimestre, com analistas avaliando o resultado dentro do esperado e boa redução de custos. Às 15h41 (horário de Brasília), o papel do banco (BBAS3) recuava 0,79%, a R$ 31,16.

O BTG Pactual considerou os resultados “decentes”, considerando a baixa expectativa para a empresa, e manteve a recomendação neutra para o papel, citando sua avaliação pouco exigente e próxima do observado no final de 2015, pontuando, contudo, que na época, o racional da companhia estava muito pressionado e que havia receio sobre a qualidade de sua carteira de empréstimos e que, agora, o ROE da companhia se deteriorou devido ao ambiente mais digital cheio de fintechs e novos concorrentes, o que representa uma grande ameaça”, e que “o Brasil é, possivelmente, o mercado de fintech mais concorrido do mundo.”

“Dado que o Banco do Brasil é um público empresa, esperamos que se esforce mais do que seus pares no ambiente mais digital que está à frente. E considerando a alta rotatividade de executivos que vimos recentemente, é difícil prever como o banco pode reagir, levando-nos a permanecer neutros, apesar da avaliação barata”, disseram os analistas do BTG.

A Ativa Investimentos considerou um “bom resultado”, em linhas com as suas expectativas, destacando a forte redução das despesas com provisão ano contra ano e o aumento nas receitas não decorrentes de juros, o que permitiu que o banco recuperasse a rentabilidade a patamares próximos ao período pré-pandemia.

“Destaque positivo também para a revisão do guidance de 2021, com melhores perspectivas para lucro e despesas com provisão. Por outro lado, o banco espera uma dinâmica mais fraca na margem financeira bruta”, disseram os analistas da Ativa.

O analista Luis Sales, da Guide Investimentos, disse que o impacto do resultado, que ficou ligeiramente acima do consenso de mercado, deve ser marginalmente positivo, e que os ganhos podem ser justificados pelo bom desempenho da carteira de crédito, em especial a de agronegócio e varejo; aumento de receita de prestação de serviço, com destaque para a administração de fundos; e diminuição das despesas administrativas, justificadas pela eficiência em gestão e redução com despesa de pessoal. Por outro lado, a rentabilidade do banco manteve-se estável.

“Vemos a digitalização do banco como um importante fator para a continuidade da redução de despesas no médio-prazo. Entretanto, o banco pode sofrer volatilidade com a aproximação das eleições presidenciais de 2022”, disse Sales, em nota.