Gileno Gurjão Barreto substitui Márcio Weber na presidência do conselho da Petrobras

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São Paulo – Os acionistas da Petrobras elegeram Gileno Gurjão Barreto para a presidência do conselho de administração da companhia, em substituição de Márcio Weber, na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta sexta-feira, no período da tarde. Também foram eleitos os indicados pelo governo e pelos acionistas minoritários para membros do colegiado. As informações foram divulgadas pela Petrobras.

“A Petrobras informa que a Assembleia Geral Extraordinária realizada hoje (19/8), sob a forma exclusivamente digital, deliberou e aprovou, por maioria, a eleição de oito membros do Conselho de Administração, pelo processo de voto múltiplo”. Foram eleitos Caio Mário Paes de Andrade, Edison Antonio Costa Britto Garcia, Gileno Gurjão Barreto, Iêda Aparecida de Moura Cagni, Jônathas Assunção Salvador Nery de Castro, José João Abdalla Filho, Marcelo Gasparino da Silva e Ricardo Soriano de Alencar.

Entre os eleitos estão o secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas de Castro, e o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano, indicados pelo governo federal, que é acionista majoritário da Petrobras. Eles haviam sido reprovados pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) e pelo atual Conselho da Petrobras por conflito de interesses, vedado na Lei das Estatais.

FUP VAI À JUSTIÇA

Mais cedo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que acionistas da Petrobras aprovaram, na assembleia, dois candidatos indicados pela União – Jônathas de Castro, secretário-executivo da Casa Civil, e Ricardo Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional (PGFN) — considerados, por unanimidade, inelegíveis pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) e pelo Conselho de Administração da empresa, devido a conflitos de interesses.

A entidade disse que entrará com ação na Justiça Federal e com nova petição na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para anular assembleia por considerar que o “desrespeito à Lei das Estatais, o descaso com a governança corporativa e abuso de direito do acionista majoritário ficaram escancarados na reunião realizada nesta sexta-feira, 19”.

“Insistiremos na reprovação e anulação da assembleia. A nomeação de pessoas passíveis de conflitos de interesses e sem a necessária formação e experiência no setor de petróleo e gás é inadmissível, pois, além de ferir a lei, ficam mais sujeitas a desmandos do acionista majoritário, podendo trazer prejuízos para empresa a partir de medidas danosas e muitas vezes eleitoreiras. É um precedente que não podemos deixar acontecer, ressaltou o presidente da Anapetro (associação que representa os acionistas minoritários da Petrobrás), Mário Dal Zot.

Procurada pela Agência CMA para confirmar o resultado e comentar os comentários da FUP, a Petrobras apenas confirmou que a assembleia foi concluída e que o resultado final será informado via arquivamento na CVM.

Atualiza nota às 19h46 com informações da Petrobras.