Ações da Petrobras sobem em dia de debate sobre mudança na presidência

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São Paulo – As ações da Petrobras inverteram a tendência dos últimos dias e hoje sobem mais de 9% em um dia marcado pela reunião do conselho de administração que discutirá a substituição do atual presidente Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna.

Após dois dias de fortes quedas, as ações da companhia se recuperam e estão entras as maiores altas do Ibovespa. Às 14h55 (horário de Brasília), os papéis PETR4 e PETR3 subiram 9,37% e 7,14%, respectivamente, a R$ 23,46 e R$ 23,09.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro reiterou que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, será removido do cargo e substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, e disse que a decisão sobre o comando da companhia é sua prerrogativa.

Na semana passada, a Petrobras anunciou que elevaria o preço da gasolina em 10,2%, para R$ 2,48 por litro, e o do diesel em 15,2%, para R$ 2,58 por litro. No mesmo dia, numa transmissão ao vivo em que anunciou a zeragem de impostos federais sobre o óleo diesel em março e em abril, o presidente disse que a medida serviria para “contrabalancear esse aumento “excessivo” no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras.

UBS REITERA COMPRA

Em relatório, o UBS contraria o consenso sobre a Petrobras e reitera a recomendação de compra das ações da estatal após a indicação do governo federal para a troca do presidente da empresa, Roberto Castello Branco, pelo General Silva e Luna, devido às boas perspectivas da companhia entregar bons resultados aos acionistas e à sua maior proteção, em termos governança, do que anteriormente.

“Acreditamos que “assombrações do passado” estão afetando as percepções dos investidores. No entanto, a atual estrutura regulatória da companhia é muito diferente em comparação com cinco a 10 anos atrás”, disseram Luis Carvalho e Gabriel Barra.

Os analistas apontam que houve uma reação jurídica imediata da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e escritórios de advocacia manifestando o direito de ajuizar ação coletiva contra o governo brasileiro para explicar a mudança do CEO.

A avaliação consideram que a atual legislação e os estatutos mais rígidos da empresa exigiriam mudanças potenciais que podem prejudicar os interesses da empresa e dos acionistas minoritários, mas teriam um com um custo político potencialmente mais alto.

“A contagem dos votos dos membros do conselho na assembleia que decidirá se o General Silva e Luna será aceito como novo presidente da companhia será um marco importante, em nossa opinião.”

Por outro lado, o risco dessa aposta podem ser o aumento acentuado dos preços do petróleo e da taxa de câmbio, uma mudança na estratégia do processo de desinvestimento da companhia e o acionista controlador forçar a empresa a subsidiar os preços dos combustíveis.