Ações da Ultrapar caem 7%; analistas veem 1T21 dentro do esperado

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São Paulo – As ações da Ultrapar registram a maior queda do dia do Ibovespa no momento. Às 15h37 (horário de Brasília) os papéis (UGPA3) caíam 7,39%, a R$ 20,16. Ontem, a empresa divulgou seus resultados do primeiro trimestre do ano com uma queda de 19% na base anual e 68% na base trimestral, no lucro líquido.

Na avaliação do BTG Pactual, apesar da queda no lucro líquido, a empresa mostrou resiliência em seus números com um ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 996 milhões.

Para o Credit Suisse, os números foram dentro do esperado. Os analistas destacam que a Oxiteno, empresa do grupo, deve ter 2021 bastante forte.

Para o BB Investimento, a empresa apresentou resultados positivos, apesar do contexto desfavorável em relação a volumes de vendas por conta da pandemia, a empresa conseguiu entregar resultados consistentes na Ipiranga, Oxiteno e Ultracargo.

“A Ultrapar apresentou um resultado que demonstra eficiência, melhorando rentabilidade, mas segue com volumes prejudicados em praticamente todos os segmentos de atuação e, dada a condição atual da pandemia, seguimos sem enxergar um gatilho de curto prazo para ver uma alta expressiva nos papéis.”

REFINARIAS

Durante teleconferência para apresentar os resultados do primeiro trimestre da empresa, O presidente da Ultrapar, Frederico Curado, disse que as negociações com a Petrobras pela compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, continuam mesmo com a mudança na diretoria da estatal.

“As negociações com a Petrobras para a aquisição da Refap prosseguem normalmente, sem interrupção, sem mudança de rumos por conta da transição da direção da Petrobras”, disse.

Curado também disse que espera assinar o contrato de compra da refinaria já nos próximos meses. “Esperamos assinar o contrato de compra e venda nos próximos meses, e além desse contrato, diversos outros contratos complementares que são a ele associados”, finalizou.

O executivo também disse que a empresa não deverá fazer outro grande investimento para compra de refinaria de grande porte, como a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.

“No nosso caso não haverá novos investimentos em refinarias de grande porte. No porte de uma Refap acho muito improvável que haja, não só no Brasil, mas também no mundo”, disse o executivo.

Frederico também comentou sobre a política de preços de combustíveis da Petrobras e disse que a as mudanças são motivadoras para a quebra de monópolio da estatal no país.

“Claro que essa é uma ameaça estrutural do Brasil, mas vamos lembrar que é um dos grandes motivadores para essa quebra do monopólio da Petrobras na parte de refino é exatamente esse. Não há dúvidas de que haverá uma dinâmica muito diferente quando se privatizem cerca de 50% da capacidade de refino no Brasil”, completou.