Ações de Engie Brasil e Eneva sobem após resultados do 2T21

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São Paulo – As ações Engie Brasil e Eneva reagem positivamente após a apresentação dos balanços do segundo trimestre, ontem á noite, com análises mistas sobre os resultados das empresas diante do cenário hidrológico desfavorável e aumento de custos. Às 13h33 (horário de Brasília), os papéis EGIE3 avançavam 1,23%, enquanto ENEV3 tinham alta de 1,54%.

O Bank of America (BofA) reiterou a recomendação de compra da ação da Engie Brasil, citando o potencial das vendas de termelétricas Jorge Lacerda, ainda este mês, e Pampa Sul, até o final do ano, informado pela empresa em seu balanço do segundo trimestre.

“Embora a geração térmica possa ser uma vantagem em meio à atual crise hídrica, vemos as vendas como positivas, dado que o desinvestimento do carvão seria uma resposta importante para o caso de investimento”, disseram os analistas do BoFA.

A análise considera que a empresa tem 46% de sua capacidade hídrica parcialmente protegida contra o risco hidrológico (GSF) e avalia que, mesmo com o desinvestimento total das usinas termelétricas a carvão, sua capacidade hídrica alcançaria 80% do total, ante os atuais 65%, mas as energias renováveis ​​devem continuar ganhando participação. Além disso, sua experiência em comercialização de energia deve continuar a compensar parcialmente o déficit hídrico.

O banco considerou os resultados do segundo trimestre fracos no lado operacional, mas em linha com suas estimativas, e abaixo das suas projeções no lado financeiro. Entre os destaques negativos, citou a queda de 60% no resultado final devido às obrigações com tarifas de concessão corrigidas pelo IGP-M e um impairment de R$ 160 milhões relacionado à usina termelétrica a carvão Jorge Lacerda, que foi colocada à venda pela companhia, que impactou negativamente o ebitda.

A Ativa também recomendou a compra da ação e mostrou expectativa de reação neutra aos resultados, mencionando que os resultados vieram em linha com suas projeções diante de um cenário hidrológico desafiador e impactado por maiores compras de energia.

“Mitigando o risco hidrológico, definindo pelo pagamento intermediário de um dividendo de 0,9676 por ação (equivalente à 2,6% de dividend yield) e avançando na alienação de suas termelétricas, acreditamos que a recepção dos resultados da companhia se dará de forma neutra”, disse, em relatório.

O BTG Pactual manteve a avaliação neutra para a Engie Brasil, considerando os resultados fracos devido à crise hidrológica e aumento dos custos com GSF e operacionais, com inflação de insumos e pessoal e impacto financeiro acima do esperado. Os analistas também mencionaram que o pagamento de R$ 790 milhões em dividendos significa um ajuste de 100% do pagamento de dividendos no primeiro semestre, com rendimento de 2,6%.

Já em relação à Eneva, o BTG manteve recomendação de compra, apesar dos resultados apresentados terem vindo abaixo da sua estimativa, mas em linha em termos ajustados, citando o impacto positivo da crise hidrológica ao despacho de suas térmicas, que aumentou consideravelmente no segundo trimestre, em base de comparação anual.

Por fim, a Ativa avaliou a Eneva com recomendação neutra citando que o aumento dos custos fixos e variáveis e a parada programada em Parnaíba II impediram uma melhor monetização das usinas de geração à gás, apesar do aumento no despacho. Por outro lado, os analistas destacaram positivamente os resultados obtidos nos segmentos de “upstream” e geração à
carvão num trimestre onde todas as usinas da companhia entraram na ordem de mérito de despacho.