Ações de frigoríficos sobem com recomendação do Morgan Stanley

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São Paulo – As ações de frigoríficos sobem influenciadas por relatório positivo do Morgan Stanley sobre o setor, que traz uma análise detalhada dos principais impulsionadores dos preços da carne bovina no mundo hoje, em meio à expectativa de que a China retire a trava às exportações de carne ao país nos próximos dias. Às 12h57 (horário de Brasília) estavam na ponta positiva do Ibovespa (-0,76%), após ficar entre os maiores ganhos, os papéis de Minerva (BEEF3, +3,39%), JBS (JBSS3, +1,12%), BRF (BRFS3, +1,12%) e Marfrig (MRFG3 +0,58%).
Em análise sobre carne bovina, o banco de investimentos mostrou otimismo com as empresas da América Latina, considerando a falta de carne no mundo e a guinada de preços sem sinal de desaceleração, e reiterou a avaliação “overweight” (equivalente à compra) para Minerva (citada como principal escolha) e JBS, com expectativa de aumento das projeções substancialmente nos próximos meses.
“Em nossa opinião, simplesmente não há oferta de carne bovina suficiente em todo o mundo para atender à demanda de rápido crescimento, à medida que o
consumo da China e dos Estados Unidos atinge o pico, enquanto o canal global de food service se recupera rapidamente”, disseram.
A análise também cita que, ao mesmo tempo, a oferta altamente restrita à medida que Brasil e Austrália diminuem o ciclo do gado e a utilização da capacidade dos frigoríficos dos EUA está abaixo da média devido a uma grave escassez de mão de obra e as exportações argentinas são mais restritas. Esses quatro mercados respondem por cerca de 45% da produção global de carne bovina, citam.
“A luta para comprar carne bovina hoje é real e se intensificou nos últimos meses. Este grande descompasso entre a oferta (fraca) e a demanda (muito forte) está desencadeando um superciclo mundial de carne bovina: os preços e os spreads estão subindo em todas as principais regiões que cobrimos, e acreditamos que os frigoríficos latino-americanos estão muito bem posicionados para capitalizar esta oportunidade daqui para frente.”
Em relação à Minerva, os analistas opinam que a ação oferece uma das recompensas de risco mais atraentes de sua cobertura, dado o seu desempenho inferior entre as empresas do setor na LatAm até o momento e posicionamento fraco. “Em uma avaliação altista, achamos que as ações da Minerva têm potencial para dobrar”, disseram.
O mercado também pode estar repercutindo a aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da compra das ações da BRF pela Marfrig em maio e junho, quando a empresa passou a deter 257.267.671 ações ordinárias da BRF (31,66% do capital social), com o objetivo de diversificar seus investimentos no segmento complementar.