Ações de petróleo e minério crescem, e Bolsa fecha em alta de 0,58%

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São Paulo, 26 de dezembro de 2023 – O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a sessão em alta de 0,58%, aos 133.532,92 pontos, refletindo o bom desempenho das ações ligadas ao petróleo e minério de ferro (Petrobras e Vale), papéis de peso no índice. Destaque para a Enauta, que viu suas ações crescerem 11,37% após anunciar que celebrou contrato para a compra da totalidade da participação de 23% detida pela QatarEnergy Brasil nos campos de petróleo de Abalone, Ostra e Argonauta, que formam o Parque das Conchas na Bacia de Campos.

O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro tinha alta de 0,72%, aos 135.470 pontos. Na máxima interdiária atingiu 133.644,65 pontos. O giro financeiro foi de R$ 13,4 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam no positivo.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) chegaram a reduzir um pouco a alta, mas depois avançavam forte em 1,50% e 1,60% refletindo a alta de mais de 3% do contrato futuro de petróleo tipo Brent com vencimento em março de 2024. As petroleiras também registraram ganho no embalo da commodity. A PetroRecôncavo (RECV3) subiu 3,07%, a Prio (PRIO3) avançou 1,21% e a 3R Petrolleum (RRRP3) avançou 0,18%.

O principal destaque ficou com a Enauta, que viu suas ações crescerem 11,37% nesta terça-feira após anunciar que celebrou contrato para a compra da totalidade da participação de 23% detida pela QatarEnergy Brasil Ltda. nos campos de petróleo de Abalone, Ostra e Argonauta, que formam o Parque das Conchas na Bacia de Campos.

A transação tem data efetiva em 1 de julho de 2023 e o valor total é de US$ 150 milhões, sendo US$ 15 milhões desembolsados na assinatura. O Parque das Conchas é operado pela Shell, com 50% de participação, e a ONGC detém os 27% remanescentes. A produção atual é da ordem de 35 mil barris de óleo equivalente por dia de 25 poços conectados à plataforma afretada FPSO Espírito Santo. No primeiro semestre de 2023, a produção média foi de 28 mil barris de óleo equivalente por dia. Os contratos de concessão atualmente têm vigência até 2032.

Hoje pela manhã, a Petrobras anunciou a redução do preço médio de venda do óleo diesel A em R$ 0,30 por litro para distribuidoras. O litro do diesel passará de R$ 3,78 para R$ 3,48 e valerá a partir de amanhã (27).

Segundo a Ativa Investimentos, considerando o novo preço de R$ 3,49/litro, o preço no varejo no Golfo do México de US$ 3,56/galão, impostos de US$ 0,48/galão, uma taxa de custos de distribuição de 19% (EIA) e a taxa de câmbio PTAX venda em R$ 4,8368, teríamos o litro sendo negociado no Golfo por R$ 3,1966 e assim, 9,3% inferior ao novo preço estipulado pela Petrobras, o que deflagra que a companhia tinha espaço para fazer o movimento anunciado e ainda continuará trabalhando com um cobertor de segurança para lidar com eventuais flutuações de preço. Antes da redução de hoje, estimávamos uma diferença de 18,6% entre os preços no Brasil e no Golfo.

“O movimento também deverá ajudar a amortecer o aumento que ocorrerá com a reoneração do PIS/COFINS sobre o combustível a partir de janeiro de 2024, que deverá aumentar o preço na bomba em até R$ 0,35/litro. Destacamos ainda que em fevereiro, o combustível deve observar variação na bomba próximo à R$ 0,12/litro em função do reajuste de 12,5% do ICMS e em março de 2024, devemos ver novo aumento próximo à R$ 0,35/litro com a passagem do percentual de biodiesel no diesel passando de 12% para 14%. Desta forma, acreditamos que a companhia realizará novos movimentos de redução de preço no diesel ao longo das próximas semanas”, explicou a Ativa.

As ações da Vale (VALE3) subiam 0,35% acompanhando a alta do minério de ferro. CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN) avançavam 1,30% e 2,84% respectivamente. Itaú, Bradesco e Santander Brasil também avançaram, respectivamente, 1,02%, 0,39% e 0,50%. As principais quedas foram da Méliuz (CASH3), Raízen (RAIZ4), Grupo Soma (SOMA3) e Cogna (COGN3).

Para Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores, o bom humor das bolsas é reflexo dos dados positivos de inflação nos Estados Unidos, que deve fazer com que a queda de juros no país comece antes do previsto, provavelmente, no fim do primeiro trimestre de 2024.

“Os juros de longo prazo nos EUA caíram e a expectativa é que o Federal Reserve comece a cortar os juros mais rapidamente. Também vemos um alívio nos juros de curto prazo, o que também alavanca o bom desempenho das bolsas nos EUA e aqui no Brasil”, comentou Piovesan.

O analista também lembrou que o recesso do Congresso Nacional, em Brasília, é outro fator que mantém o mercado mais equilibrado, pois há muito menos interferências políticas no radar. Além disso, Piovesan enfatizou que os dados da economia brasileira em 2023 foram melhores do que o esperado, o que deve fazer os investidores terem mais apetite na bolsa em 2024.

Mais cedo, o Boletim Focus mostrou revisões para as estimativas de inflação, PIB e Selic para o ano que vem. A projeção para a inflação foi alterada e caiu para 3,91%, de 3,93%. A alta do PIB subiu para 1,52%, de 1,51% e a expectativa para a Selic foi de 9,25% para 9,00% no ano que vem.