São Paulo, 8 de dezembro de 2020 – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que um acordo comercial com a União Europeia (UE) pós-Brexit parece muito difícil no momento, e alertou que as pessoas precisam estar prontas para mudanças no dia primeiro de janeiro.
“Você tem que ser otimista, tem que acreditar que existe o poder da doce razão para superar esse problema”, disse Johnson. “Mas devo dizer que está parecendo muito, muito difícil no momento”, acrescentou.
“Faremos o nosso melhor, mas gostaria apenas de dizer a todos – fiquem felizes, há ótimas opções para nosso país em qualquer ponto de vista. Mas o principal é que, em primeiro de janeiro, aconteça o que acontecer, haverá mudança e as pessoas precisam se preparar para essa mudança.”
Após as negociações terminarem ontem sem sucesso, Johnson concordou em reunir-se nos próximos dias presencialmente em Bruxelas com a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula von der Leyen, depois de conversarem ao telefone.
O Reino Unido deixou a UE em janeiro deste ano, mas permanece sob os termos comerciais do bloco até o final do período de transição, em 31 de dezembro, enquanto os dois lados negociam um novo arranjo.
O ministro de Assuntos Europeus da Alemanha, que detém a presidência do Conselho da UE, Michael Roth, disse que um acordo depende da vontade política do Reino Unido, na medida em que diferenças significativas permanecem em três questões críticas – pesca, governança e igualdade de condições.
“É bom que todos os esforços sejam feitos para encontrar uma solução sustentável e boa. Queremos chegar a um acordo, mas não a qualquer preço. O que precisamos é de vontade política em Londres. Deixe-me ser muito claro: nosso relacionamento futuro é baseado em confiança e segurança. É justamente essa confiança que está em jogo em nossas negociações neste momento”, disse.
Ele destacou ainda que o Conselho Europeu se reúne esta semana, nos dias 10 e 11 de dezembro, e que além do Brexit os chefes de Estado e de governo da UE vão abordar a pandemia de covid-19, que se encontra em uma situação de grave preocupação, e a distribuição de vacinas.