Aéreas apontam aumento de 17,1% no querosene de aviação da Petrobras em fevereiro ante janeiro

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São Paulo – A Petrobras anunciou ontem (1/2) reajuste médio de 17,1% no preço do querosene de aviação (QAV) em 15 refinarias do país, em relação a janeiro, informou a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), em nota nesta quinta-feira. A Petrobras confirmou a informação à Agência CMA.

Segundo a associação, comparando o valor cobrado pelo QAV em fevereiro de 2022, com o preço reajustado agora, isso representa um aumento de 37,8%.

Recente levantamento daAbear mostra que, em dezembro de 2022, o preço médio do QAV na bomba no Brasil foi quase 45% superior ao cobrado nos Estados Unidos.

A alta do preço do QAV permanece sendo o maior desafio das empresas aéreas brasileiras, pois esse insumo representa cerca de 40% dos custos totais. A volatilidade da cotação do dólar também é preocupante, pois mais de 50% dos custos são dolarizados. É por isso que a Abaer tem ampliado sua interlocução com o Poder Público, criando mesas de diálogo permanente com ministérios como o da Fazenda, de Portos e Aeroportos, do Turismo e com a Embratur, afirmou o presidente da Abaer, Eduardo Sanovicz.

Para Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, ainda que esperada, a notícia é negativa para Azul, Gol e Latam. “Ainda que os crack spreads devam ceder ao longo do ano, acreditamos que os preços de QAV continuarão pressionados ao longo dos próximos meses, aumentando a necessidade das aéreas em repassar este custo, o que pode se mostrar danoso para a demanda, sobretudo diante de um ambiente doméstico onde a renda disponível e a inflação continuam impedindo uma maior recuperação do setor.”

A Petrobras disse que o aumento de 17,1% no preço do Querosene de Aviação (QAV) para as distribuidoras passou a valer em 1 de fevereiro.

“Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmulas contratuais negociadas com as distribuidoras. Os preços de venda de QAV da Petrobras buscam equilíbrio com o mercado e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio. Dessa maneira, no ano de 2023, foram realizados 1 redução e 1 aumento que resultam em uma variação acumulada de +3,5% no período”, explicou a Petrobras.

A Petrobras disse que comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que por sua vez transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores. Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento.

“Importante ressaltar que o mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV”, acrescentou a Petrobras no comunicado.