AES Tietê rejeita proposta de combinação de negócios com Eneva

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São Paulo – Após uma negociação arrastada e com trocas de farpas, o conselho de administração da AES Tietê rejeitou a “proposta hostil” feita pela Eneva para combinação de negócios entre as companhias.

Em comunicado, a AES Tietê explicou que a proposta foi rejeitada por entender que seus termos e condições são inadequados ao seu melhor interesse e do conjunto de seus acionistas, tendo em vista, principalmente, a incompatibilidade existente entre os negócios e as estratégias das empresas.

A AES Tietê explicou que adota um planejamento estratégico pautado na criação de valor para os seus acionistas por meio do atendimento das necessidades e exigências de seus clientes, que buscam uma geração de energia limpa e renovável.

Por outro lado, a Eneva tem seu modelo de negócios centrado na geração, exploração e produção de hidrocarbonetos, com foco na geração térmica baseada em gás natural e carvão mineral.

Diante disso, a AES Tietê entende que há uma série de incertezas e riscos relacionados às atividades da Eneva, como, por exemplo, parte dos ativos está relacionada às atividades de exploração e produção (E&P) de hidrocarbonetos, as quais poderão não concretizar os resultados esperados caso não sejam encontrados patamares esperados nos campos explorados.

Em relação ao valor financeiro proposto, a AES Tietê afirmou que a “proposta hostil” subavalia a companhia e entende que a proposta deveria ser significativamente superior.

No entanto, a AES Tietê encaminhou carta à Eneva afirmando que sua administração está à disposição para se reunir para identificar a possibilidade de aprimoramento e adequação da estrutura da sua proposta de modo a atender os interesses do conjunto dos acionistas, dentre outras melhorias, a possibilidade de liquidez integral para os acionistas da companhia que não desejem migrar para a Eneva.

A Eneva, por sua vez, afirmou que analisará a carta e informará sobre os desdobramentos do tema.

A operação proposta pela Eneva compreendia uma relação de troca de 0,0461 ações ordinárias para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da AES Tietê ou de 0,2305 por unit, mais uma parcela em dinheiro de R$ 2,750 bilhões, o equivalente a R$ 1,38 por cada ação ordinária ou preferencial ou R$ 6,89 por unit.

Em meio ao imbróglio, a Eneva anunciou a compra de 2 milhões de units da AES Tietê, perfazendo 2 milhões de ações ordinárias e 8 milhões de ações preferenciais, pelo preço de R$ 16,94, o que representa 0,25% do total de ações ordinárias, 0,66% do total de ações preferenciais e 0,5% do capital social total da companhia.

Além disso, a Eneva apresentou um estudo da Tendências Consultoria Integrada que corrobora com a sua tese de que a combinação de negócios permitirá sinergias operacionais e fiscais com efeitos vantajosos aos acionistas das companhias.

As partes teriam até o dia 30 de abril para celebrar os documentos vinculantes para a combinação de negócios e apresentação aos acionistas para aprovação em assembleias gerais.