AGU notifica Tik Tok para remover vídeo falso com Haddad sobre “taxação de pobres”

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O aplicativo chinês TikTok é um dos mais populares no mundo/ Créditos: Pixabay

São Paulo, 21 de janeiro de 2025 – A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou extrajudicialmente o Tik Tok para que plataforma removesse, em 24 horas, postagem contendo vídeo manipulado por inteligência artificial, com informações fraudulentas, em que é atribuído ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarações sobre taxação de pobres, com anuência do presidente da República. Na manhã desta terça-feira (21/1), a publicação já não estava mais no ar.

Na notificação, enviada no início da noite de segunda-feira (20/1), a AGU enfatizou que a postagem feita por usuário da plataforma trata-se de desinformação, pois veicula um vídeo manipulado com auxílio de Inteligência Artificial (IA), que mostra fato não condizente com a realidade. E que busca confundir o público sobre a posição do ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público, sem sua efetiva manifestação.

Os advogados da União também argumentaram que a postagem tem caráter enganoso e fraudulento. A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa, diz trecho da notificação.

A AGU ressaltou, ainda, que a publicação ganhava maior gravidade porque já havia sido retirada do ar anteriormente e foi repostada pelo mesmo usuário.

Além de enganoso e fraudulento, pontua a AGU, o vídeo viola o direito à informação, previsto na Constituição Federal, e extrapola os limites da liberdade de expressão, caracterizando-se como evidente abuso de direito (art. 187 do Código Civil). A AGU também pontua que a postagem contraria os próprios Termos de Uso da plataforma que possui tópicos específicos para “Desinformação” e Mídia editada e conteúdo gerado por IA.

Por fim, a AGU pedia que caso não fosse acatada a solicitação, o conteúdo fosse marcado da seguinte maneira: “O vídeo foi gerado por inteligência artificial – conteúdo alterado ou sintético”.