São Paulo — A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou em seu relatório mensal sobre o petróleo que a recuperação da demanda da commodity deve ultrapassar a oferta na segunda metade do ano, permitindo “uma rápida queda nos estoques” de petróleo acumulado desde o início da pandemia do coronavírus.
A organização reduziu a previsão da demanda global de petróleo em 200 mil barris por dia (bpd), para 96,4 milhões de barris, cerca de 3% a menos que em 2019, antes da pandemia, mas acrescentou que parte dessa variação ocorreu devido a uma mudança aos dados históricos.
A agência revisou significativamente para cima sua projeção para a oferta dos países produtores que não participam do pacto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, elevando em 290 mil bpd a oferta de produtores não OPEP, com os quais o aumento total será de 830 mil bod neste ano.
“A melhoria das perspectivas econômicas e a disciplina de fornecimento estrita da OPEP+ estão acelerando o declínio nos estoques globais de petróleo”, afirma a agência.
De acordo com a AIE, a demanda resiliente de países em desenvolvimento como China ou India, esperanças de um grande pacote de estímulo adicional nos Estados Unidos e a decisão da Arábia Saudita de reduzir sua produção de forma unilateral contribuíram para a recuperação dos preços do petróleo.
Os esforços bem-sucedidos da OPEP+ até agora para conter a oferta, o sucesso esperado dos programas de vacinação contra o coronavírus e a perspectiva de redução das restrições de viagens são a base para previsões de recuperação do mercado de petróleo, de acordo com a IEA.
Nesse contexto, a produção dos países não OPEP vai chamar a atenção nos próximos meses. Esses países, principalmente Estados Unidos e Canadá, estão respondendo aos preços mais altos, “embora com cautela e começando de um nível baixo”, disse a agência.