AIE reduz previsão de demanda global por petróleo em 2020

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São Paulo – A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo sua previsão de demanda global por petróleo para 2020, de acordo com seu relatório mensal sobre a indústria. A perspectiva de oferta da commodity, no entanto, foi mantida, mas a agência acredita que, caso não sejam cumpridos os acordos de cortes, o equilíbrio de fornecimento deve ficar instável.

Agora, a organização espera uma queda 8,1 milhões de barris por dia (bpd) em relação ao número do ano passado, totalizando 91,9 milhões de bpd. O reajuste é 140 mil bpd a menos do que o relatório passado.

Segundo a AIE, o motivo da revisão se deve ao pouco uso de combustíveis à medida que os casos de covid-19 voltaram a crescer em várias partes do mundo, assim como a contínua paralisação do setor aéreo.

O documento também aponta um reajuste de 240 mil bpd na previsão de demanda para 2021 em relação ao relatório anterior. Agora, a AIE espera um crescimento de 5,2 milhões de bpd no próximo ano, totalizando 97,1 milhões de bpd, “devido à fraqueza na área de aviação”, aponta o reporte.

“Dados revisados mostram que em abril o número de quilômetros rodados no setor aéreo caiu quase 80% em relação ao ano passado e em julho o déficit ainda era de 67%. Com poucos sinais de que o quadro vai melhorar significativamente em breve, rebaixamos nossa estimativa para combustível de aviação global e demanda de querosene”, afirma a AIE.

PRODUÇÃO

Já a perspectiva de produção global de petróleo em 2020 continua a mesma, com a previsão de queda de 7,1 milhões de bpd. Para 2021, a AIE espera um crescimento de 1,6 milhões de bpd.

Em julho, o fornecimento global da commodity aumentou em 2,5 milhões de bpd para 90 milhões de bpd depois que a Arábia Saudita encerrou seu corte voluntário de 1 milhão de bpd, os Emirados Árabes Unidos excederam sua meta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a produção dos Estados Unidos começou a se recuperar.

Segundo a AIE, é esperado que a produção se mantenha em leve crescimento, já que a Opep e seus aliados devem reduzir sua produção em quase 2 milhões de bpd este mês, menos do que nos períodos passados. Além disso, Estados Unidos, Canadá e Brasil vês restaurando sua produção.

“Se os países que até agora não cumpriram suas cotas reduzissem o suficiente para torná-las conformes, o fornecimento global de petróleo não aumentaria necessariamente de maneira significativa. Nossos balanços mostram que em junho a demanda superou a oferta e, no resto do ano, há um corte implícito de estoque”, aponta o relatório.

“No entanto, a incerteza contínua em torno da demanda causada pela covid-19 e a possibilidade de maior produção significa que o reequilíbrio do mercado de petróleo permanece delicado”, conclui a AIE.