São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira a decisão de manter suas principais taxas de juros inalteradas, em meio a preocupações com as pressões inflacionárias persistentes na zona do euro.
Durante a coletiva de imprensa posterior ao anúncio, a presidente do BCE, Christine Lagarde, enfatizou que a decisão do Conselho foi unânime e reiterou a visão de uma economia da zona do euro “fraca”, com os “consumidores contendo seus gastos”.
Lagarde expressou confiança de que “os rendimentos reais se recuperarão, apoiando o crescimento”, embora tenha alertado que “ainda não estamos suficientemente confiantes em relação à inflação”, mesmo com a taxa de inflação se aproximando da meta de 2% do BCE.
A dirigente também apontou uma desaceleração do mercado de trabalho, observando que “a demanda por mão de obra está diminuindo” e “os empregadores estão anunciando menos ofertas de emprego”. Ela destacou que “há sinais de que o crescimento dos salários está começando a desacelerar”, o que pode ter implicações significativas para a política monetária futura.
Quanto à possibilidade de cortes nas taxas de juros, Lagarde ressaltou que “isso não significa que o BCE só fará cortes quando a taxa de inflação chegar aos 2%”, enfatizando que as decisões dependerão dos dados econômicos disponíveis. Ela afirmou ainda que o BCE age de forma independente e que não se comprometerá “com o ritmo das futuras alterações das taxas de juros”.
Sobre os potenciais problemas para a região, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, mencionou que “o setor imobiliário comercial é um dos principais riscos”, embora tenha destacado que a exposição dos bancos europeus a esse mercado “seja bastante limitada” e que “ainda não tenhamos visto um contágio generalizado”.
A próxima reunião do Conselho do BCE para discutir a política monetária da zona do euro está agendada para 11 de abril, novamente em Frankfurt, na sede do BCE.