Alckmin anuncia medidas no RS e diz que Lula e Haddad vão definir crédito às grandes empresas

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São Paulo – Em entrevista a jornalistas em Caxias do Sul (RS), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou o recebimento de um documento entregue pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) sobre segurança trabalhista e disse que as propostas feitas pelos empresários gaúchos serão acompanhadas pelo secretário do Ministério do Trabalho, Francisco Macena.

Alckmin disse que não faltarão recursos do governo federal para recuperar, o mais rápido possível, os acessos rodoviários BR116 e BR470, e toda infraestrutura do Rio Grande do Sul, e que as Forças Armadas também estão empenhadas e ajudando o estado. “O acesso aeroportuário também é importante e a segurança econômica”, acrescentou.

“Foi liberado o recurso do Pronaf, a juros zero, à rede de bancos públicos e também às cooperativas. O Rio Grande do Sul tem um sistema de cooperativas de crédito muito forte, com grande capilaridade e nasceram aqui as cooperativas de crédito”, comentou.

“Além do Pronaf, o Pronamp com ‘p’ mudo, atenderá às médias empresas agrícolas, com juros real zero, e todos os recursos com Fundo de Garantia de Operações (FGO). “O governo garante através do fgo e também incluindo, além dos bancos públicos, o sistema cooperativista, as cooperativas de crédito.”

“Depois, o Pronampe com ‘e’, que atende as indústrias, comércio e serviços. O Pronampe é também a juros real zero.”

Segundo Alckmin, na próxima Medida Provisória, o presidente Lula vai incluir as cooperativas de crédito, para elas poderem também participar.

Alckmin disse que hoje haverá um encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente Lula, para definir o MP do crédito para as grandes empresas. “O BN será através do Fundo Social. Serão R$ 15 bilhões. O BNDES já providenciou um local. Além de Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, terá uma unidade avançada aqui no Rio Grande do Sul, será em Porto Alegre, no prédio do Conselho dos Contabilistas. O presidente vai definir com o ministro da Fazenda, está praticamente elaborada a Medida Provisória que deve definir a questão desse crédito para as grandes empresas”, explicou o vice-presidente.

A medida deve ser anunciada entre hoje e amanhã.

Alckmin visitou as instalações da fabricante Marcopolo e participou de reunião com representantes da indústria, comércio, serviços, cooperativas e trabalhadores, junto com o governador do RS, Eduardo Leite, os ministros da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, representantes da Defesa Civil, o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, e o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Celestino Loro.

Alckmin visitou a linha de produção de ônibus de ônibus elétrico e de trem e esteve na CIC, cumprindo uma agenda que havia sido marcada em 24 de abril, ocasião em que recebeu os empresários de Caxias do Sul em Brasília. “Nós não imaginávamos naquele momento que tivéssemos uma mudança climática das proporções que tivemos agora”, comentou o vice-presidente.

O vice-presidente também disse que amanhã (terça, 28) será sancionada a Lei da Depreciação Acelerada para renovar máquinas e equipamentos, que reduzirá o tempo de depreciação de uma máquina, que geralmente ocorre em 15 anos, para dois anos, com recursos de R$ 3,4 bilhões de redução de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e redução de Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL).

“Teremos LCD para indústria, a Letra de Crédito do Desenvolvimento. Toda a redução de imposto de renda de pessoa física e jurídica é diretamente para a ponta, para o tomador, o que deve tornar o crédito 1,5% mais barato. É mercado, é letra de crédito”, comentou.

Alckmin disse que espera que o projeto que cria o programa automotivo Mobilidade Verde e Inovação (Programa Mover) seja aprovado hoje na Câmara e amanhã no Senado para não caducar a medida provisória. “Ela levou a um grande impulso ao setor automotivo, o que levou a R$ 130 bilhões de anúncios de investimentos no setor de cadeia longa, como é o setor automotivo. E a gente imagina mais 6%, 7% de investimento na área de autopeças, também relevante.”

Por fim, o vice-presidente e ministro disse que “apesar da grande destruição no Rio Grande do Sul”, que ela “não será maior do que a reconstrução”. “O governador Eduardo Leite, os prefeitos, a sociedade civil, os empresários, os trabalhadores, o governo federal estará presente e será solidário nessa reconstrução. Se Deus quiser, nós teremos um canteiro de obras no Rio Grande do Sul recuperando todas essas questões.”