Alckmin: ‘Brasil vive bom momento e agora só falta cair os juros para emprego voltar a crescer’

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São Paulo – O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, disse que comentou que o Brasil vive um bom momento político e econômico e que só falta os juros caírem para que o emprego volte a crescer.

“O presidente Lula está na Europa para tratar do acordo com a União Europeia, a inflação está em queda, o arcabouço fiscal está encaminhado, só falta os escandalosos juros caírem e aí nós vamos ter uma geração de emprego ainda mais forte”, disse em entrevista a jornalistas após o Seminário de Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável em razão da celebração do Dia do Dia Internacional do Cooperativismo, em Brasília (DF).

Em relação à estimativa do estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de que a alíquota do novo imposto criado pela reforma tributária deve ficar em 28,04%, o que, seria um dos maiores do mundo nesse patamar, Alckmin disse que o princípio da reforma está correto, que é de simplificar. “Eu sempre defendi um IVA [Imposto sobre Valor Agregado] só. A Europa tem um IVA, mas pode ter poucas alíquotas. Eu acho que é meio cedo para ter um resultado final desse trabalho. Mas eu diria que foi um passo importante. Os princípios da reforma tributária estão colocados: simplificação, redução de custo Brasil, diminuição da judicialização, desoneração completa de investimentos e desoneração completa para comércio exterior. Você acaba com a cumulatividade.”

Sobre a reforma ministerial e uma possível troca de ministérios por indicações do Centrão, Alckmin disse que só o presidente Lula pode falar sobre o assunto. “Cargo de confiança é uma decisão do presidente da república. Só em relação à troca do Turismo por que houve um acordo partidário, manteve o mesmo entendimento.”

Alckmin acha que o apoio partidário é importante e defendeu que o Brasil tenha menos partidos. “Eu sou da tese de que é importante a governabilidade. Precisamos ter menos partidos, temos um quadro muito fragmentado. Mas o apoio é super importante e o Congresso tem demonstrado maturidade. Não é fácil votar uma PEC de reforma tributária com uma votação tão expressiva, como também o arcabouço fiscal. O que mostra que estamos vivendo um momento de mais diálogo. O diálogo é a marca do presidente Lula. Ele me chamou para viajar para a China quando eu tinha acabado de ser eleito governador de São Paulo e ele, presidente do Brasil, em 2003. O único problema é que fomos de Sucatão, foi uma epopeia: Brasília, Ilha do Sal, Kiev… mas chegamos bem”, disse aos jornalistas após o evento.

COOPERATIVISMO

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, disse que o cooperativismo é mais importante hoje do que há três séculos atrás, devido ao aumento da desigualdade e aumento da liquidez no mundo, e que é necessário fazer um esforço regional para fortalecer a economia e ampliar as parcerias na região do Atlântico.

“Chamo a atenção para essa questão dos acordos regionais. O mundo é globalizado, mas o comércio é intra-regional. Canadá, Estados Unidos e México, 50% entre eles. União Europeia, 60% entre eles. Asean [Associação de Nações do Sudeste Asiático], 70% entre eles. América Latina, 26%. Nós precisamos fazer um esforço de integração latino-americana e eu destacaria os países de língua portuguesa, os países africanos, enfim, fazermos um esforço regional, Atlântico, para fortalecer a economia, trazendo mais parcerias e podendo avançar mais o comércio exterior”, afirmou Alckmin, em seu discurso no Seminário de Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável, na tarde desta segunda-feira, em Brasília.

Ele disse que o governo federal busca estimular o crescimento da economia com três medidas fundamentais. “O Brasil vive um bom momento. O presidente Lula participa da Celac na Bélgica e o governo trabalha por meio de três temas fundamentais: reforma tributária, temos um modelo que precisa ser aperfeiçoado, simplificado, desonerar investimento e desonarar exportação; o segundo é o arcabouço fiscal, que melhora a relação dívida-PIB; e acordos comerciais, como o Mercosul com a União Europeia.”

“Quem não tem capital, emprego escasso pela tecnologia, tem o associativismo, pelo cooperativismo, como forma de crescer. O associativismo é cristão, é fraterno, participar da sua igreja, do seu bairro. O cooperativismo permite crescer. Ganha a sociedade, não só os cooperados. Ficamos felizes em ver o crescimento do cooperativismo. Cresce na saúde, no transporte, no agro, no crédito, esse é o caminho”, comentou Alckmin.

Alckmin disse ser três vezes cooperado, como médico, pequeno produtor de leite e segurado pela Unimed, e que quando foi governador do Estado de São Paulo estimulou o crescimento do cooperativismo com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para recuperação do solo e das bacias hidrográficas e outro por renda. “O cooperativismo permite ao pequeno crescer com maior escala.”