Brasília – O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin instalou oficialmente a transição do futuro governo nesta terça-feira e anunciou a composição dos grupos técnicos das áreas econômica e social. Segundo Alckmin, coordenador da transição, serão 31 grupos técnicos de trabalho, cuja coordenação será do ex-ministro Aloizio Mercadante.
No grupo econômico, Alckmin confirmou as participações dos economistas André Lara Rezende, um dos formuladores do Plano Real, Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central, Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda, e Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Conforme Alckmin, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, vai integrar esse grupo.
Para Alckmin, os economistas escolhidos para a transição não têm “visões opostas, mas visões complementares”. O grupo é integrado por economistas vinculados ao PSDB e ao PT. “É importante você ter no grupo técnico visões que se complementam, que se somam em uma fase transitória”, disse.
ÁREA SOCIAL
A equipe da área social será integrada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), pelas ex-ministras Márcia Lopes e Tereza Campello e pelo deputado estadual André Quintão (PT-MG). Alckmin disse que os nomes indicados para a transição não vão necessariamente integrar a equipe ministerial do futuro governo.
“O presidente Lula deixou claro que os que vão participar da transição não têm relação direta com o ministério, com o governo. Essas são questões bastante distintas”, afirmou Alckmin.
Ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, o gabinete de transição solicitou cópia dos relatórios de tomada de contas, auditorias, inspeções, levantamentos e outros documentos que possam auxiliar os trabalhos de preparação do futuro governo.
De acordo com o vice-presidente eleito, Floriano Pesaro será o coordenador executivo do gabinete de transição e a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), será a coordenadora da articulação política.
AGENDA DE LULA
Ainda nesta tarde, Alckmin irá se reunir com parlamentares da Comissão Mista de Orçamento e com líderes partidários para debater ajustes na proposta orçamentária em tramitação no Congresso Nacional. Alckmin disse que ainda não estão decididos o instrumento legislativo que será usado para garantir os recursos necessários a despesas prioritárias do próximo governo nem o valor total da proposta.
Alckmin disse porém que é necessário abrir espaço no orçamento para garantir os R$ 600 do Auxílio Brasil, mais R$ 150 por criança menor de seis anos. Além desses benefícios, Alckmin afirmou que é necessário verba para manter serviços públicos de saúde e educação, como Farmácia Popular e merenda escolar, além de não interromper obras em andamento.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chega a Brasília no início da noite. Amanhã, Lula deve se reunir com os presidentes dos Poderes da República, exceto com o presidente Jair Bolsonaro, derrotado na eleição presidencial.
Estão previstos encontros com os presidentes das Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e do Superior Tribunal de Justiça, ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura.