São Paulo – O governo alemão declarou que continuará a comprar gás natural, petróleo e carvão da Rússia, apesar da invasão à Ucrânia por parte do governo de Vladimir Putin.
De acordo com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, tanto os alemães quanto a Europa são muito dependentes do fornecimento de energia russo, de modo a serem incapazes de cortar os laços comerciais com Moscou no curto prazo.
“Todos os nossos passos são projetados de tal forma que atingem duramente a Rússia e são sustentáveis a longo prazo”, disse Scholz num comunicado publicado pelo governo. “Não há outra maneira de garantir o fornecimento de energia da Europa para aquecimento, mobilidade, fornecimento de eletricidade e indústria no momento”, completou.
Berlim prometeu diversificar urgentemente o fornecimento de energia e gás da Alemanha, em particular – após a invasão de Moscou da Ucrânia, mas especialistas enxergam problemas para essa mudança no curto prazo, devido à disponibilidade limitada dos recursos e o tempo necessário para adaptar a infraestrutura energética do país.
Segundo dados oficiais do governo, a Alemanha é maior compradora mundial de gás russo, o que equivale a cerca de 50% de toda sua importação da commodity. A Rússia também fornece um terço de todo a importação de carvão e um quarto da totalidade de petróleo.
“É por isso que o comércio de energia está isento das sanções que os países ocidentais impuseram à Rússia após seu ataque à Ucrânia”, disse Scholz. “Portanto, é uma decisão consciente continuar as atividades com essas empresas no campo do fornecimento de energia com a Rússia”.