São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro criticou as pessoas que evitam sair de casa durante a pandemia de covid-19, afirmando que elas são “idiotas”, embora o próprio Ministério da Saúde recomende o isolamento social como parte das medidas de prevenção contra a doença.
“Tem uns idiotas, do fica em casa. Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa. Se o campo tivesse ficado em casa, esses idiotas tinham morrido de fome. Quem tem salário fixo, ou tem uma gorda aposentadoria, pode ficar em casa a vida toda, sem problema nenhum”, afirmou hoje a apoiadores.
O Ministério da Saúde diz em seu site que durante a pandemia “devem ser adotados procedimentos que permitam reduzir a interação entre as pessoas com objetivo de diminuir a velocidade de transmissão do vírus. Trata-se de uma estratégia importante quando há indivíduos já infectados, mas ainda assintomáticos ou oligossintomáticos, que não se sabem portadores da doença e não estão em isolamento.”
“Quanto mais pessoas interagem durante este tipo de evento e quanto mais tempo essa interação durar, maior o risco potencial de infecção e disseminação do vírus SARS-CoV-2. Lugares ou ambientes que favorecem a aglomeração de pessoas devem ser evitados durante a pandemia”, acrescenta o ministério.
A condução da pandemia pelo governo é alvo atualmente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. Um dos pontos recorrentes das reuniões da CPI são as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que contrastam com as orientações do Ministério da Saúde e das autoridades da área.
O Brasil registrou ontem aumento de 0,5% na média móvel de sete dias de novos casos de covid-19 em relação ao dia anterior, para 63.241, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. A média móvel de mortes subiu 0,1%, para 1.916. Em relação ao mesmo dia da semana passada, a média de novos casos cresceu 3,0%, enquanto a de mortes caiu 8,8%.
A média móvel é um indicador mais adequado para avaliar o comportamento da pandemia de covid-19 porque aos finais de semana o número de notificações de casos e o de mortes tendem a cair por questões não relacionadas ao surto da doença – fechamento de unidades de saúde, por exemplo.