Alpargatas pede execução de R$ 266 milhões a Carlos Wizard por falta de pagamento de participação acionária

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São Paulo – A Alpargatas informou que, em razão do descumprimento de acordo de compra e venda, pelo comprador, de obrigações de prestação de garantias previstas, declarou o vencimento antecipado das parcelas restantes do preço remanescente e ingressou com processo de execução judicial em face do comprador. A execução judicial, que atualmente tramita sob segredo de justiça, visa a execução de R$ 266 milhões.

Segundo a empresa, o comprador, Carlos Roberto Wizard Martins, não realizou o pagamento da primeira parcela do preço remanescente da aquisição da participação acionária na Alpargatas S.A.I.C. no valor de R$ R$ 89,7 milhões, que era devida em 6 de março de 2023, conforme estabelecido no acordo de compra e venda e outras avenças celebrado pela companhia e o comprador em 14 de setembro de 2018, conforme aditado.

A companhia também informa que o comprador instaurou procedimento arbitral junto ao Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) para discutir o descumprimento do acordo pelas partes, e que o mesmo se encontra em um estágio inicial, mas, pela análise preliminar das manifestações do comprador, a companhia, em conjunto com seus assessores legais, acredita que seus pedidos são infundados.

Por fim, a companhia registra que adotará todas as medidas cabíveis para a defesa de seus direitos na execução judicial e no procedimento arbitral e comunicará eventuais novos desdobramentos relevantes dos processos em questão.

O OUTRO LADO

A respeito das informações veiculadas no dia de hoje sobre Alpargatas e Carlos Wizard Martins, o empresário enviou o seguinte comunicado:

“Em relação ao Fato Relevante divulgado hoje pela Alpargatas sobre o Acordo de Compra e Venda e Outras Avenças da Alpargatas Asaic, assinado em 14 de setembro de 2018 e aditivos, gostaria de informar que:

Por discordar do valor estimado do saldo remanescente da aquisição, em virtude de inconsistências no reembolso de indenizações; divergências sobre a dívida liquida da companhia demandas de terceiro de responsabilidade da Alpargatas; e atos governamentais ocorridos na Argentina, meus representantes procuraram a Alpargatas ao longo de 2022 para um ajuste no preço de aquisição.

Como a Alpargatas não mostrou interesse em discutir os valores, utilizei o foro estabelecido em contrato para divergências entre as partes e, em 24 de agosto de 2022 portanto, há mais de seis meses propus uma arbitragem no Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC).

Além de estranhamente não dar publicidade à arbitragem proposta em 24 de agosto de 2022, a Alpargatas hoje comunicou ao mercado uma ação judicial que desconheço e que me causa enorme estranhamento, já que não se trata do foro eleito pelas partes em contrato.

Considero tal ato como uma tentativa de intimidação devido à minha iniciativa de propor arbitragem para resolver as discussões em torno do ajuste do preço em relação ao contrato citado, e, também, uma tática para forçar o recebimento antecipado de valores que seriam pagos até 2025.”