São Paulo – A BRF disse que haverá uma readequação de preços na indústria de alimentos no mundo todo ao longo do ano devido à mudança de patamar de preços das commodities agrícolas em nível global.
“O impacto dos preços das commodities agrícolas vai afetar toda a indústria de alimentos, no mundo todo, não só no Brasil. Vamos buscar o equilíbrio para atender uma demanda crescente, devido a pressão por alimentos. Isso é mais fácil de ajustar em aves do que em carne bovina, por exemplo, e vamos buscar esse ajuste”, disse Lorival Luz, CEO Global da BRF, em teleconferência com jornalistas.
O executivo disse que a BRF é a única empresa habilitada a continuar exportando para a Arábia Saudita.
“Haverá um prazo para que as empresas se adaptam e por isso não esperamos nenhum impacto em nossas exportações ao longo do ano. O mercado árabe não tem autonomia na produção, é dependente de exportações, por isso, esperamos que haja um diálogo com os países que exportam para este mercado”, acrescentou.
No entanto, o executivo reconheceu que as novas exigências impõem uma necessidade de readequação para atender ao prazo de realização da exportação e distribuição exigido pelas autoridades locais.
Em relação ao impacto do cenário macroeconômico do Brasil, com pressão sobre o preço de alimentos, variação cambial e os desafios impostos pelo fraco controle da pandemia e outras dificuldades impostas pelo governo brasileiro, o executivo ressaltou a companhia não vai alterar seus planos de expansão até 2030 anunciados no ano passado.
“Não há nenhum indicador atual que mostre que vamos abandonar o que foi planejado. Poderemos colocar o pé no freio ou acelerar os investimentos, mas temos total confiança que a situação atual é positiva. Pode haver algum impacto momentâneo em um ou dois trimestres, mas os planos para os próximos dez anos estão mantidos”, acrescentou o executivo.
A companhia disse que a estrutura de capital permite manter o plano de investimentos previstos, o que pode ser visto com o que foi realizado no primeiro trimestre.
ARÁBIA SAUDITA
No dia 7 de maio, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informaram que a Arábia Saudita suspendeu a importação de carne de frango de 11 unidades brasileiras. Sete unidades deste total são da JBS.
Em 11 de maio, a BRF disse que não tinha condições de mensurar o potencial impacto operacional e econômico-financeiro de novas exigências sanitárias para a compra de carne de frangos pela Arábia Saudita e que estava em contato com autoridades para a adoção de eventuais medidas.
Segundo a empresa, houve uma alteração do regulamento técnico de validade de determinados produtos, que consiste em medida comercial para a redução do prazo de validade de frangos in natura congelados e seus cortes, de um ano para três meses, contados da data de abate.
A BRF tomou conhecimento da mudança por meio do Sistema de Informações Gerenciais Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do Comércio (OMC), já que a Saudi Food and Drug Authority (SFDA) notificou o Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC sobre a alteração.
Conforme os acordos cobertos pela OMC, os países-membros potencialmente afetados poderão apresentar comentários até 5 de julho de 2021.