São Paulo – O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica” – sem impostos nem fretes – ganhou força e subiu 1,32% em março, ante alta de 0,81% em fevereiro, informou o IBGE. Com isso, o IPP acumula altas de 2,50% no ano e de 6,45% em 12 meses, até março.
Em base mensal, 21 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preços, contra 20 no mês anterior. Segundo o IBGE, o resultado de março foi pressionado pelo setor de alimentos, que teve a maior variação positiva da série histórica (+6,16%), puxada principalmente carnes bovinas, cujos preços também tiveram a maior variação da série histórica (6,68%), iniciada em janeiro de 2014.
“A indústria alimentar teve aumento nos preços das carnes, farelo de soja, leite e açúcar cristal, muito em função da depreciação do real em relação ao dólar, que foi de 12,5% só naquele mês. Esses produtos são muitos ligados à exportação. Então, como o dólar teve um aumento os valores também aumentaram”, explica o gerente do IPP, Manuel Campos Souza Neto.
Na outra ponta, a deflação de 17,12% na indústria extrativa em março em relação a fevereiro, segurou um avanço maior do IPP no período, bem como a atividade de refino de petróleo e produtos de álcool (-9,79%). “A queda do óleo bruto do petróleo afetou os preços do setor de refino de petróleo e refino de álcool. Os derivados de petróleo tiveram uma queda muito grande e entre eles tem a gasolina. E quando a gasolina cai, o álcool também cai”, comenta o gerente do IPP.
Assim, em termos de influência no resultado mensal, em ponto percentual (pp), alimentos tiveram impacto de 1,43 pp, enquanto refino de petróleo e produtos de álcool e indústrias extrativas representaram alívio de -0,97 pp e -0,85 pp, respectivamente. Já em relação às grandes categorias econômicas, bens de capital subiram 2,71% em março ante fevereiro, representando 0,21 pp; bens intermediários avançaram 0,69% (+0,38 pp) e bens de consumo tiveram alta de 1,93% (+0,74 pp), sendo +0,41% (+0,03 pp) para bens de consumo duráveis e +2,25% (+0,71 pp) para bens de consumo semiduráveis e não duráveis.