São Paulo, SP – A Engie divulgou ontem (16) o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido ajustado de R$ 904 milhões, alta de 10,9% em comparação com o mesmo período de 2021. Em 2022, o lucro líquido foi de R$ 2,7 bilhões, aumento de 70,3%.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,7 bilhão, queda 22,8% em relação ao quarto trimestre de 2021. O Ebitda ajustado recuou 3,8% em 2022, alcançando R$ 6,9 bilhões.
Em teleconferência na manhã de hoje, o diretor-presidente da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, destacou o bom resultado da companhia mesmo em um cenário de queda nos preços dos contratos de energia.
“O cenário hidrológico favorável de 2022, diferentemente do registrado nos últimos anos, foi bastante positivo para o setor elétrico, permitindo que a geração hidrelétrica continuasse a apoiar o crescimento das fontes eólica e solar, como base do Sistema Elétrico Nacional. Complementarmente, levou à queda dos preços de liquidação de energia no curto prazo, o que pouco afeta as receitas da companhia, considerando alto nível de contratação
do nosso diversificado portfólio no curto e no médio prazos, majoritariamente no ambiente de contratação regulado, conferindo estabilidade aos resultados”, explicou Sattamini.
A empresa tem adotado uma estratégia de aumento da contratação do seu portfólio devido a um ambiente mais saudável de chuvas e do nível dos reservatórios, mitigando o risco do GSF.
O GSF é a medida de risco que analisa a relação entre o volume de energia produzido e a garantia física de cada usina, ou seja, fator de ajuste de garantia física das usinas hidrelétricas que compõem o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). O cálculo é feito
mensalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e funciona como um rebalanceamento proporcional do volume total de energia produzido, somando os resultados de todas as usinas participantes do MRE.
O executivo também disse que a companhia deve participar dos próximos leilões de linhas de transmissão patrocinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), marcado
para o dia 30 de junho.
Segundo a Aneel, o leilão vai ofertar 6.184 km de linhas de transmissão e 400 MVA em capacidade de transformação de subestações, com investimentos estimados da ordem de R$ 15,8 bilhões. Os empreendimentos, com prazo de conclusão de 36 a 66 meses, contemplarão os seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.
A companhia espera maior racionalidade nos próximos leilões de transmissão tendo em vista as condições mais restritivas de financiamento e maior custo de capital. Além disso, leilões pregressos devem representar oportunidade de aquisição tendo em vista que os lotes adquiridos começam a ficar prontos e devem ser oferecidos a outros players interessados.
Sattamini também destacou as oportunidades que irão surgir em um cenário que vislumbra a expansão do Ambiente de Contratação Livre (ACL), com a companhia intensificando as iniciativas de digitalização do atendimento, com destaque para o Energy Place, plataforma inovadora de aquisição e gestão de energia.
“Reestruturamos nossas equipes comerciais e formatamos uma série de soluções que visam atender, com agilidade e confiabilidade, aos diferentes perfis de clientes aptos a ingressar no Mercado Livre de Energia”, comentou o diretor-presidente da companhia.