Americanas avalia pedir aprovação de financiamento DIP de, no mínimo, R$ 1 bilhão à Justiça do RJ

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São Paulo – A Americanas disse que avalia formular, perante o juízo da 4a. Vara Empresarial do Rio de Janeiro, nos autos de sua recuperação judicial e de suas subsidiárias, pedido de aprovação de financiamento extraconcursal na modalidade “debtor-in-possession” (Financiamento DIP), nos termos da Lei 11.101/2005, no valor mínimo de R$ 1 bilhão, para ajudar a companhia a manter o curso normal de seus negócios e reforçar sua liquidez.

Caso aprovado, o Financiamento DIP, em conjunto com outras fontes de liquidez sendo exploradas pela companhia, incluindo a liberação de valores retidos por determinados credores, permitirá manter os investimentos em capital de giro e financiar obrigações não concursais, incluindo pagamento a fornecedores e parceiros.

Se efetivado, o Financiamento DIP não deverá contar com garantias, permitirá a participação de credores da companhia e deverá ter remuneração equivalente ao custo médio de financiamento da companhia antes do pedido de Recuperação Judicial (cerca de 128% do CDI).

A companhia disse que vem discutindo com seus acionistas de referência a possibilidade de eles subscreverem até a totalidade do valor mínimo.

Segundo a varejista, o Financiamento DIP poderá ser eventualmente substituído por novo financiamento, conversível em ações da companhia, e que assegurará o direito de preferência de todos os acionistas.

CIA ENCERRA CONTRATOS COM TERCEIRIZADOS

A Americanas disse que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários, “apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”, em posicionamento enviado à Agência CMA sobre notícia publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo” a respeito do assunto.

“A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo um dos objetivos é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado”, acrescentou.

A Folha apurou que as demissões começaram na sede da varejista, no Rio de Janeiro (RJ), e que a próxima etapa deve ser São Paulo, onde está concentrado o maior número de lojas e centros de distribuição da empresa. A reportagem disse que os cortes envolvem funcionários indiretos, mas também serão estendidos ao pessoal contratado em regime CLT.

Em outras praças, onde existem menos pontos de venda, como em Porto Alegre, por exemplo, as demissões já atingem funcionários com menos de um ano de casa, também de maneira pontual, apurou a Folha.

Em seu pedido de recuperação judicial, a Americanas diz gerar 100 mil empregos diretos e indiretos e soma cerca de R$ 43 bilhões em dívidas com 7.967 credores.

ATO EM DEFESA DOS TRABALHADORES

A Força Sindical informou que as centrais sindicais farão um ato unificado, na próxima sexta-feira (3/2), às 10h, na Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro, em defesa dos empregos e direitos dos trabalhadores das Lojas Americanas.