Americanas detalha trabalho de Comitê Independente que apura inconsistências contábeis

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São Paulo, SP – A Americanas divulgou na sexta-feira (28) detalhes sobre o trabalho do Comitê Independente, criado para apurar as inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022 que somariam, aproximadamente, R$ 20 bilhões na data-base de 30/09/2022.

Segundo o comunicado, o Comitê é composto por três membros independentes e conduz os seus trabalhos com o apoio de uma equipe de investigação, selecionada pelo próprio Comitê, composta por integrantes do escritório de advocacia Maeda, Ayres & Sarubbi, especializado em compliance e investigações, e da Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda., que presta serviços de tecnologia e investigação forense ao Comitê.

Tanto os membros do Comitê quanto a equipe de investigação são independentes em relação à companhia e à sua administração e atuam de maneira estritamente técnica, com o zelo exigido em uma investigação de alta complexidade.

Logo no início de seus trabalhos, o Comitê concentrou esforços na preservação de
dados de pessoas que podem ser fonte de informações relevantes para a investigação (os
chamados “custodiantes”), bem como de servidores corporativos da Americanas (que
contêm dados financeiros, contábeis, entre outros). Até o momento, foram coletados e
preservados cerca de 200 Terabytes de dados. Tais dados são processados e filtrados e,
posteriormente, analisados pela equipe de investigação. Além dos dados coletados, o
Comitê tem recebido informações de outras fontes.

Uma outra dimensão dos trabalhos de investigação, também em andamento, envolve a realização de entrevistas com colaboradores e ex-colaboradores da companhia para melhor esclarecimento dos fatos, assim como dos processos e procedimentos adotados pela companhia.

Por tratar-se de comitê de assessoramento do Conselho de Administração, o Comitê Independente realiza reportes sobre os seus trabalhos àquele órgão. Esses reportes sempre observaram e continuarão a observar as melhores práticas para resguardar a investigação. Vale destacar que tais interações são importantes, inclusive, para que a administração da companhia possa dar passos relacionados, por exemplo, à produção de demonstrações financeiras fidedignas.

Dada a natureza dos trabalhos, a posição final do Comitê sobre os fatos investigados e as pessoas envolvidas depende da conclusão dos trabalhos das “frentes” da investigação que ainda estão em andamento. O Comitê busca concluir a investigação com celeridade, mas o andamento dos trabalhos é afetado não só pela complexidade da investigação, mas também por outras demandas (como o clearance de certificadores das demonstrações financeiras).

Por fim, o comunicado afirmou que cumpre esclarecer que, sem prejuízo dos trabalhos do Comitê, “a companhia vem realizando atos diretos de apuração dos fatos divulgados ao mercado, seja para permitir a produção de demonstrações financeiras, seja para outros fins, tendo em vista as diversas dimensões do presente caso. Tais atos não se confundem com a atuação do Comitê e não antecipam posições ou conclusões do Comitê. Na mesma linha, é importante destacar que o Comitê também não é responsável por tomar decisões de cunho administrativo, como aquelas relacionadas ao desligamento de colaboradores da companhia”.

CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que apura possível fraude contábil na Americanas ouve amanhã (8) a sócia de auditoria da KPMG no Brasil, Carla Bellangero, e a líder de auditoria da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes Ltda, Fábio Cajazeira Mendes. Também serão ouvidos o ex-diretor Executivo da Americanas S. A. Miguel Gutierrez e o ex-diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Americanas S. A. Fábio da Silva Abrate. A Americanas pediu recuperação judicial no dia 19 de janeiro após anunciar um rombo contábil de R$ 20 bilhões

 

Emerson Lopes / Agência CMA

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