Americanas pede autorização para pagar R$ 192,4 milhões em dívidas trabalhistas e com empresas

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São Paulo – A Americanas S. A. solicitou nesta quinta-feira (16/2) ao Administrador Judicial de seu processo de recuperação autorização para o pagamento da totalidade de créditos das classes 1 e 4. Se aprovado, o pagamento será destinado à quitação de 100% dos créditos de natureza trabalhista e de micro e pequenas empresas, que somam R$ 192,4 milhões. Para isso, a Companhia utilizará recursos obtidos com o financiamento DIP, realizado pelos acionistas de referência e já autorizado na Recuperação Judicial no valor de até R$ 2 bilhões, sem impacto no cumprimento de suas obrigações correntes.

A empresa alega que “sua Recuperação Judicial tem provocado efeitos socioeconômicos relevantes no funcionamento desses pequenos negócios e no ecossistema onde estão inseridos, muitos deles dependendo exclusivamente dos pagamentos da companhia e suas recuperandas, assim como no caso dos credores trabalhistas”, disse, em nota.

A empresa lembra ainda que o valor total para a quitação dessas dívidas é bastante reduzido frente ao total de créditos da Recuperação Judicial.

“A Companhia reitera que esse é mais um passo importante em seu processo de recuperação como uma empresa com forte papel social e presença na economia do país, bem como referência no setor varejista.”

Além disso, com a aprovação desse pedido, a Americanas avalia que “fortalecerá ainda mais os esforços para a construção de consenso para o pagamento dos credores inseridos na classe 3, onde estão listados os créditos mais expressivos, e que será apresentado na forma do Plano de Recuperação Judicial oportunamente.”

Acionistas das Americanas propõem aporte de R$ 7 bilhões

Os acionistas de referência das Americanas, Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles, propuseram ontem(16) aos credores financeiros do grupo um acordo que prevê aporte de capital em dinheiro de R$ 7 bilhões. Segundo fato relevante divulgado ao mercado, após a reunião do grupo, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), não houve acordo.

O Grupo Americanas teve pedido de recuperação judicial aceito pela 4a Vara Empresarial do Rio de Janeiro no mês passado, após inconsistências contábeis alegadas pelo grupo terem gerado um montante de mais de R$ 40 bilhões em dívidas.

A tentativa de acordo foi apresentada aos bancos e outros credores financeiros pela Rothschild & Co, assessoria contratada para interagir com credores. O trio de bilionários aumentaria seu capital na companhia com o aporte, queconsideraum financiamentode R$ 2 bilhões já captado, que também seria convertido em capital.

A proposta incluía ainda recompra de dívida por parte da companhia da ordem de R$ 12 bilhões e a conversão de dívidas financeiras no montante total de cerca de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada.

Com Emerson Lopes e Agência Brasil / Agência CMA.