Analistas descartam grande reação do mercado após compra da empresa de energia por Ultragaz; Ações caem

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São Paulo – A Guide considera marginalmente positivo o impacto aquisição da Stella GD – empresa do setor de energia solar – pela Ultrapar, por meio de sua subsidiária, a Ultragaz. De acordo com os analistas da Guide, a aquisição permite que o Grupo Ultra penetre um mercado com bom potencial de crescimento e que pode trazer sinergias com a Ultragaz. Os analistas lembram, ainda, que a aquisição não envolveu nenhuma mudança na estrutura de alavancagem da companhia.

A Stella já era uma investida do Grupo Ultra, e agora a operação será integrada de forma definitiva. A transação envolveu o pagamento inicial de R$ 7,5 milhões, enquanto um earnout de R$ 55,5 milhões será pago se determinadas metas operacionais forem atingidas até 2027, dizem os analistas. O modelo de negócios da startup visa conectar consumidores residenciais com players geradores de energia solar.

A Ativa Investimentos não acredita grandes efeitos para as ações, mas gosta do movimento em direção ao setor elétrico em busca de maior engajamento a sua base em meio ao processo de evolução do setor no país.

“Ainda que pequena se formos pegar os valores envolvidos, acreditamos que a transação seja convergente a atuação da companhia como provedora de soluções energéticas e ofereça sinergias com outras atuações, como com a distribuição de GLP.”

O BTG Pactual também não espera grande muita reação do mercado, já que valor de aquisição é pequeno e representa menos de 0,5% do mercado da UGP cap e 6% do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) anual da Ultragaz. “Em nossa opinião, a aquisição está em linha com a direção estratégica seguida pela gestão nos últimos trimestres”, diz análise.

O BTG considera que desde a venda da Oxiteno e da Extrafarma, a mensagem transmitida pela empresa foi que talvez seja hora de começar a procurar novas oportunidades de M&A novamente.

“Embora se espere que o impacto nos resultados da empresa seja pequeno no médio prazo, achamos que a mensagem qualitativa é mais importante, reforçando o compromisso da UGP em direcionar seu capital para segmentos do setor de energia que pode alavancar sua infraestrutura e/ou base de clientes.”

Os analistas continuam cautelosos com as ações, principalmente em relação aos seus principais pares. “A Ipiranga se tornou um impulsionador ainda mais relevante dos resultados da UPG e criação de valor, e nossa preocupação com suas perspectivas de crescimento, rentabilidade e os retornos permanecem muito estáveis.”

Por volta das 13h20, as ações da Ultrapar (UGPA3) registravam queda de 1,69, a R$13,35.