Analistas esperam crescimento da rentabilidade e retomada da participação de mercado da Vibra

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São Paulo, SP – A Vibra realizou ontem o seu Investor Day para apontar quais os principais caminhos que pretende seguir nos próximos trimestres. A companhia voltou a apontar que
pretende retomar sua participação de mercado sem abrir mão de rentabilidade, explicou a
antecipação da integralização da Comerc e como espera crescer em lubrificantes, após reformar a sua fábrica.

A Ativa Investimentos destacou que a decisão de integralizar a Comerc tem viés econômico e estratégico, uma vez que a empresa tem participação central em sua estratégia multienergia. Segundo a companhia, em um primeiro momento, o foco estará na aceleração da captura de sinergias. A administração afirmou que após a conclusão da transação, o seu foco permanecerá na entrega de os estimados R$ 1,4 bilhão em sinergias potenciais (menores despesas financeiras, menor custos operacionais, poupança fiscal), sem excluir potenciais revisões de carteira.

A XP Investimentos ressaltou que a Vibra tem uma grande tarefa pela frente, com ambições de aumentar tanto as margens quanto a participação de mercado no negócio principal a execução será fundamental. Um dos destaques do evento foi o apoio que a empresa vem dando à luta do setor contra práticas ilegais por meio do ICL (Instituto Combustível Legal), que também tem o potencial de melhorar a lucratividade do setor.

“Estamos atualizando nossas estimativas e incorporando os resultados do último trimestre em nosso modelo. Chegamos a um preço-alvo de R$ 33/VBBR3 (28% de aumento em relação aos preços atuais das ações e ligeiramente acima dos 32,70 anteriores) em 25 anos. O modelo utiliza as seguintes premissas principais: Margem EBITDA de R$ 161/m3 em 2025 (a margem bruta cresce com a inflação), crescimento de volume de 2% e fluxos de caixa descontados a um WACC nominal em reais de 11,8%. Em nossa opinião, as ações da Vibra continuam atraentes, atualmente negociadas a 10x 2025 PE e 9% FCFE yield”, detalhou a XP, que manteve recomendação de compra.

No B2B, companhia quer tanto melhorar a rentabilidade da carteira atual como aumentar a sua prateleira de produtos ofertados para assim, alcançar um maior número de clientes. Para isso, seguirá focando em iniciativas de cross sell, no fomento de uma maior venda de diesel aditivado aos seus grandes clientes e em uma possível entrada no setor de gás natural.

A Vibra estabeleceu uma nova ambição para seu segmento de lubrificantes: tornar-se líder na América Latina. A nova fábrica em Duque de Caxias dará suporte a esse crescimento com custos competitivos e maior capacidade. Essa fábrica de última geração é a maior da América Latina e uma das cinco maiores do mundo. A Vibra planeja dobrar ou triplicar seu EBITDA nos próximos anos, alavancando a marca Lubrax. Embora existam oportunidades significativas de crescimento no Brasil, essa abordagem dupla permitirá à Vibra capitalizar os pontos fortes existentes e explorar novos mercados.

PETROBRAS

A companhia ressaltou que a renovação da marca é sua prioridade número um. Em determinado momento, apontou que ainda não havia engajado a Petrobras para tratar da renovação e então, disse que se esta não for bem sucedida, o plano B seria partir para uma marca própria. Ainda há bastante tempo até o vencimento do contrato atual (2029) e também existe um período de debranding de 6 anos. Ou seja, a marca própria passaria a vigorar a partir de 2035.”Entendemos que há grande interesse da Vibra em negociar a renovação da licença, assim como alguma resistência no modelo atual por parte da atual gestão federal”, comentou a Ativa, que manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 29/ação.