Analistas gostam do resultado da TIM, mas lucro decepciona e ação cai

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São Paulo – Os analistas do Bank of America (BoFA) e do BTG Pactual destacaram o avanço de receitas móveis da TIM, mas disseram que o lucro veio abaixo do esperado, devido a despesas maiores no segundo trimestre. As análises mostraram visão positiva para os resultados da companhia no ano e expectativa de pagamento de dividendos dentro do projetado pela operadora. TIM

O BofA disse que a TIM Brasil apresentou forte crescimento de receita, superando suas estimativas em 2,8%, com destaque positivo para o crescimento orgânico da receita de serviço móvel (MSR) de 12,8% vs 8,7% do BofAe, que é um sinal de um mercado mais racional com três players atualmente, considerando também uma forte tendência semelhante para a América Móvil (Claro Brasil) e Vivo.

Apesar dos custos elevados, impactados pela aquisição da Oi, o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da operadora atingiu R$ 2,5 bilhões, superando as previsões do BofA em 0,7% e o consenso em 2,7%.

O destaque negativo foi o fraco lucro líquido de R$ 313 milhões, 45% abaixo dos cálculos do BofA e do consenso, impactado pelo pagamento de leasing.

No geral, os resultados foram fortes no que mais importa para as empresas de telecom, que é o crescimento da receita líquida, enquanto o impacto contábil no lucro líquido não afeta necessariamente o dividend yield, pois a TIM poderia optar por uma redução de capital para atingir o pagamento de dividendos na forma de juros sob o capital próprio aproximado de R$ 2 bilhões.

Com isso, o BofA espera que a companhia apresente mais um trimestre com forte crescimento de MSR no terceiro intervalo, após ter registrado um crescimento orgânico de receita de serviço móvel de 12,8%, impulsionado por um aumento de ARPU de 10,7% em base anual ante uma inflação de 11,9% no período.

“Acreditamos que tais resultados refletem o impacto positivo da consolidação do mercado e devem se manter ao longo do ano. Além disso, no 3T devemos ver os efeitos positivos da redução do ICMS, abrindo caminho para mais um trimestre de forte MSR, com rebaixamentos limitados”, comentaram.

As despesas operacionais normalizadas cresceram 25% A/A, pressionando as margens ebitda para 46,3% vs 47,7% no 2T21.

Por fim, embora o lucro líquido tenha sido fraco em R$ 313 milhões, os analistas esperam que a TIM mantenha seu guidance de dividendos de cerca de R$ 2 bilhões, o que poderia ser feito por meio de uma redução de capital.Com isso, o BofA manteve a recomendação de compra para TIMS3 com preço-alvo de R$19.

O BTG Pactual também viu os resultados da TIM no 2T22 um pouco acima de suas projeções e do consenso, com destaque para receitas de serviços, que cresceu 12,4% a/a, o maior crescimento em mais de 10 anos.

Os analistas também disseram que o segundo trimestre foi o primeiro com assinantes Oi Móvel consolidados nos resultados da TIM, adicionando R$ 407 milhões em receita e impulsionando o crescimento da receita de serviços.

Por outro lado, o lucro líquido veio em R$ 313 milhões (-54% a/a), abaixo de nós e do consenso, impactado por D&A e despesas financeiras acima do esperado.

Com isso, o BTG considera a operadora a melhor escolha do setor e reiterou a classificação de compra, com a avaliação de que o papel é atualmente negociado com uma avaliação muito atraente de 3,8x EV/ebitda para 2022, versus 6,5 vezes de seus pares, boas sinergias advindas da aquisição da Oi Móvel (variando de R$ 3,6 para R$ 4,8 por ação, segundo estimativas da empresa), o que aumenta a geração de fluxo de caixa livre e maiores pagamentos de dividendos.