Analistas veem Cogna impactada por agenda de desalavancagem apertada e incertezas macro

1818

São Paulo – A Cogna Educação realizou sua reunião anual com investidores na quinta-feira, em que apresentou a expectativa de receita líquidade R$ 5 bilhões, ebitda de R$ 1,4 bilhão e geração de caixa pós-Capex supera R$ 500 milhões, mais que o dobro da registrada em 2020, além de reforçar sua expectativa para o guidance de 2024, de geração de caixa pós-Capex de R$ 1 bilhão.

A companhia também disse ter concluído seu ciclo de reestruturação e, com isso, teve aumento de receita, rentabilidade e geração de caixa.

O Bank of America (BofA) viu como principais tópicos da reunião o foco em alunos mais resilientes, na agenda de desalavancagem e que 2023 será um ano de recuperação da companhia.

A diretoria da empresa disse que as operações da Kroton e da Vasta começarão a apresentar crescimento como resultado de mudanças de estratégia desde 2019 com foco no perfil de crédito dos alunos.

Em relação à agenda de desalavancagem, a Cogna destacou sua crescente geração de caixa como chave para suportar a amortização da dívida nos próximos anos, reafirmando sua projeção para 2024 de R$ 1 bilhão de geração de caixa pós-Capex (OGC).

A análise concluiu que a agenda de desalavancagem da companhia continua apertada e, com isso, manteve a recomendação de venda da ação COGN3, com preço-alvo de R$ 2,60.

“Embora reconheçamos as melhorias históricas e vejamos valor na nova abordagem, mantemos nossa visão conservadora em relação ao processo de desalavancagem, pois a agenda de amortizações ainda é apertada e pode precisar de um movimento de gerenciamento de passivos que pode resultar em custo de dívida mais alto”, escreveram os analistas do Bofa.

Além da estratégia de redução da alavancagem apresentada pela Cogna, a XP viu como destaques do evento a informação de que o foco da Kroton no ensino digital deve ser uma grande alavanca de crescimento daqui para frente e que a qualidade da base de alunos dessa operação deve melhorar após a mudança do foco de receita para a lucratividade.

Sobre a Vasta, a XP disse que a operação parece estar bem posicionada para apresentar um sólido crescimento orgânico nos próximos anos.

“No geral, as discussões tiveram um tom positivo, embora acreditemos que incertezas macroeconômicas possam continuar impactando o setor”, escreveu a XP, em relatório com recomendação neutra para o ativo e preço-alvo de R$ 3,1, que representa um potencial de valorização de 48,3% diante do preço atual de R$ 2,1 da COGN3.