Antes de ordem de Trump, Fed alertou sobre falta de estímulos para economia

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São Paulo – Antes de o presidente norte-americano, Donald Trump, suspender as negociações sobre uma nova rodada de estímulos, os membros do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) já deixavam um alerta: sem apoio fiscal adicional, a recuperação da economia está comprometida e uma desaceleração pode se dar em rimo acelerando ainda este ano.

De acordo com ata da reunião de política monetária de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), as previsões da equipe pressupunham a aprovação de algum apoio adicional à política fiscal este ano e indicavam que sem essa ação política adicional, o ritmo da recuperação econômica provavelmente seria mais lento.

“A maioria dos analistas estava presumindo que um pacote fiscal adicional relacionado à pandemia seria aprovado este ano e observaram que, na ausência de um novo pacote, o crescimento poderia desacelerar em um ritmo mais rápido do que o esperado no quarto trimestre”, diz a ata.

Previa-se, na ocasião da reunião do Fed, que as medidas de política fiscal, juntamente com o apoio da política monetária e das linhas de crédito e de liquidez do Fed, continuassem a apoiar a recuperação econômica norte-americana no segundo semestre, embora se previsse que a retomada estivesse longe de estar concluída no final do ano.

“Os participantes consideraram o apoio fiscal da Lei Cares muito importante no fortalecimento da situação financeira de milhões de famílias, e vários membros julgaram que a ausência de mais apoio fiscal exacerbaria as dificuldades econômicas em comunidades minoritárias e de baixa renda”, mostra a ata.

Na reunião de setembro, alguns participantes viram um risco positivo de que novos estímulos fiscais pudessem ser maiores do que o previsto, embora pudessem vir mais tarde do que o esperado.

Essas esperanças foram frustradas ontem, depois que Trump ordenou que a equipe de governo suspendesse as negociações sobre uma nova rodada de estímulos e pediu que os republicanos se concentrassem na aprovação da juíza Amy Barrett no Senado. Hoje, mais cedo, o presidente norte-americano amenizou o tom, afirmando que aprovaria medidas independentes de alívio para a covid-19.